Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, vê no retorno de Donald Trump à Casa Branca uma chance para reverter sua inelegibilidade, resultado de condenações por desinformação e abuso político. Com a expectativa de um apoio mais direto de Trump, Bolsonaro já planeja estar presente na posse do republicano, que ele considera um amigo próximo e que, segundo ele, deverá convidá-lo como único brasileiro para a cerimônia.
Condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral a oito anos de inelegibilidade por ataques às urnas eletrônicas e uso político de eventos nacionais, Bolsonaro ainda enfrenta outras acusações, como desvio de joias e tentativa de golpe. Seu passaporte segue retido desde fevereiro deste ano por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF, após várias tentativas fracassadas de liberação. Mas ele acredita que, agora, com o apoio do republicano, terá o documento de volta. “Ele vai falar não para o cara mais poderoso do mundo?”, declarou à Folha de S.Paulo.
Além da esperança de participar da posse de Trump, Bolsonaro vê nessa aliança uma oportunidade de fortalecer sua posição política, uma vez que permanece como um dos líderes da direita brasileira, mesmo fora das urnas. Analistas, contudo, ponderam que o cenário judicial do ex-presidente é complexo e dificilmente será influenciado por interferências externas, mesmo com o apoio de figuras políticas dos EUA.
