A vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos trouxe um novo ânimo aos apoiadores da direita no Brasil, especialmente entre os defensores mais ferrenhos do ex-presidente Jair Bolsonaro. Desde figuras proeminentes do bolsonarismo até apoiadores mais discretos, a notícia foi celebrada com entusiasmo, reforçando a esperança de que o cenário político favorável a Trump possa impulsionar a luta pela anistia de Bolsonaro. Embora inelegível até 2030, Bolsonaro segue firme na posição de que será candidato da direita nas eleições de 2026, fato que seus aliados reforçam com frequência nas redes sociais.
A expectativa é que a vitória de Trump traga novas articulações para fortalecer a direita no Brasil, com ênfase na busca por uma reabilitação política de Bolsonaro. A aprovação de uma anistia, que anularia as condenações e processos que atualmente barram sua candidatura, tornou-se um dos principais objetivos de seus apoiadores. A mobilização pelo tema ganhou força com manifestações e declarações de figuras da direita, que consideram injustas as sanções impostas a Bolsonaro. A vitória de Trump foi interpretada como um possível catalisador para o movimento, que vê no cenário internacional um incentivo para pressionar pelo retorno de Bolsonaro à política.
A reação na esquerda brasileira, contudo, foi de preocupação. Para líderes do Partido dos Trabalhadores (PT) e outros setores progressistas, a vitória de Trump representa um fortalecimento das agendas populistas e de extrema direita, podendo ecoar no cenário brasileiro e alimentar uma polarização já acirrada. A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, foi uma das primeiras a se pronunciar contra o clima de comemoração que se espalhou entre os políticos brasileiros ligados a Bolsonaro. Em publicação nas redes sociais, Gleisi afirmou que o sucesso de Trump nas urnas é um “sinal de alerta para o campo democrático no mundo todo”, indicando que a polarização nos Estados Unidos pode influenciar diretamente a política brasileira.
Gleisi destacou ainda que é necessário enfrentar o fortalecimento da extrema direita também no Brasil, onde, segundo ela, os movimentos de apoio a Trump servem para alimentar um ambiente de disputa acirrada e divisões políticas. Ela criticou políticos brasileiros que expressaram apoio a Trump, sugerindo que a admiração pelo ex-presidente americano representa um desafio para o fortalecimento do campo democrático.