Nas eleições, ter o maior exército de apoiadores não basta; é preciso dominar a mente dos eleitores. João Campos, prefeito do Recife, mostra como essa fórmula funciona. Mesmo com o respaldo da poderosa máquina política do PSB, o verdadeiro trunfo de Campos está na imagem que ele fincou na cabeça dos recifenses.
Danilo Cabral, em 2022, também tinha o grande exército do PSB, mas não conseguiu vencer a batalha emocional. O que vimos naquela eleição foi uma lição clara: não é a força partidária que define a vitória, mas a habilidade de conectar-se com o povo. Cabral, apesar do apoio, não conseguiu entrar na mente das pessoas e definhou. Já João Campos fez o contrário — ele entrou, ficou, e parece que ninguém mais pode tirá-lo de lá.
Um exemplo claro dessa conexão aconteceu no último fim de semana, durante um evento em Casa Amarela, um dos bairros mais populosos do Recife. João Campos foi recebido como uma verdadeira celebridade. Logo na chegada, foi ovacionado pela multidão, que o tratava como alguém muito além de um gestor público comum. Ele subiu em um carro, reproduziu a “dancinha” da comunidade, riu, brincou, e distribuiu simpatia sem esforço, como se estivesse em casa. Ganhou mimos do café da manhã local e interagiu muito, reforçando sua imagem de político acessível e próximo ao povo.
Esse evento não foi uma simples aparição de campanha — foi um exemplo nítido de como Campos, aos olhos dos recifenses, já ultrapassou o rótulo de político tradicional. Ele se tornou um símbolo, alguém que a população reconhece e admira, independentemente das críticas que sua gestão possa enfrentar. Cada gesto em eventos como o de Casa Amarela reforça essa imagem de líder carismático e faz com que sua presença seja notada.
João Campos não só tem o maior exército, mas, mais importante, ele está na mente e no coração das pessoas. É por isso que, em meio à disputa eleitoral de 2024, enquanto outros candidatos lutam para serem conhecidos ou lembrados, Campos já ocupa o espaço central. Seu sucesso não está em números, mas na relação íntima que construiu com os recifenses — uma conexão que o transforma em uma verdadeira potência política, difícil de ser desalojada.