Ouro Velho, pequena cidade do sertão do Cariri paraibano, terá uma eleição bastante peculiar em 2024. No próximo dia 6 de outubro, os 3.100 eleitores do município não terão muito trabalho para escolher o próximo prefeito: haverá apenas uma candidatura. Mas a surpresa não termina aí. A chapa é formada por um casal – Dr. Júnior (União Brasil) e sua esposa Natália Lira (Republicanos) –, tornando a disputa um verdadeiro assunto de família.
O médico Dr. Júnior, candidato a prefeito, terá ao seu lado Natália como vice. Essa combinação de forças não é novidade na cidade, já que Natália governou Ouro Velho por dois mandatos, consolidando um forte legado político. Durante esse período, ela ganhou popularidade e reconhecimento pela gestão, abrindo caminho para apoiar Augusto Valadares, atual prefeito, nas eleições de 2020. Agora, Valadares retribui o apoio ao casal, numa espécie de “passagem de bastão” que reforça a aliança e a confiança entre as lideranças locais.
A eleição com candidatura única, embora rara, não é inédita no Brasil, mas a peculiaridade de ter marido e mulher como cabeças de chapa desperta atenção. O fenômeno de chapas únicas costuma ocorrer em locais onde a oposição não encontra força ou espaço para competir, ou onde a popularidade do grupo dominante é esmagadora. No caso de Ouro Velho, a consolidação de Natália Lira como uma figura política influente na cidade parece ter desmotivado possíveis adversários, garantindo à família uma nova liderança.
