Apatia domina eleição para vereador

Quase metade dos eleitores indecisos revela a apatia pela eleição para vereador. A desconfiança nos candidatos só piora o cenário político -
A Câmara Municipal do Recife permanece calada sobre escândalo de ‘rachadinha. Enquanto caso segue sob investigação do Draco - Reprodução

A eleição municipal no Recife, marcada para outubro, tem um cenário praticamente definido para prefeito, mas para vereador, a indecisão domina. Segundo a última pesquisa Quaest, 48% dos eleitores ainda não sabem em quem votar para as 37 vagas da Câmara Municipal. O levantamento também revelou que 2% dos eleitores ainda estão indecisos ou pretendem anular o voto.

Enquanto o nome de João Campos parece consolidado para a reeleição, a vaga de vereador enfrenta uma incerteza massiva. Isso pode ser reflexo de uma descrença generalizada na atuação dos vereadores. Nos últimos anos, o desinteresse pela política local cresceu, alimentado por uma percepção de que o legislativo municipal não tem oferecido respostas concretas para os problemas da cidade. A falta de engajamento e propostas claras de parte dos candidatos contribui para essa apatia.

Neste ano, 515 candidatos disputam as 37 vagas, com uma expressiva participação feminina, embora ainda desproporcional: são 178 mulheres e 337 homens. Contudo, mesmo com o número elevado de concorrentes, o eleitorado não parece animado com a escolha. A baixa popularidade dos vereadores reflete a crescente desconexão entre a população e os representantes que deveriam estar próximos do dia a dia da cidade.

A apatia diante dessas eleições municipais em Recife acende um alerta para o cenário político atual, onde a falta de confiança nas figuras do legislativo acaba prejudicando a qualidade da governança e a capacidade de transformação social. Também revela uma crise de representatividade. Se os políticos locais não conseguem engajar a população para eleger seus vereadores, como será possível garantir um governo que funcione de maneira equilibrada e transparente? O desafio para os próximos eleitos será não apenas representar, mas reconquistar a confiança da população recifense.

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