Na política, o debate eleitoral é visto como uma oportunidade para os candidatos apresentarem suas propostas e se destacarem. No entanto, há ocasiões em que os líderes nas pesquisas optam por evitar esses eventos, considerando que sua alta popularidade pode ser um motivo suficiente para manter sua posição sem o desgaste de um confronto direto. João Campos (PSB), com 77% das intenções de voto nas pesquisas, é um exemplo recente dessa estratégia.
A decisão de Campos em não participar do debate que acontece logo mais na UFPE é uma tática conhecida. Muitos candidatos que estão confortavelmente à frente nas pesquisas frequentemente escolhem não comparecer a esses eventos para evitar potenciais danos à sua imagem. O critério visa preservar uma posição vantajosa, minimizando o risco de surpresas negativas ou ataques que poderiam reduzir sua vantagem.
Essa prática não é nova e já foi observada em várias eleições aqui e ao redor do mundo. Um exemplo notável é o ex-presidente dos Estados Unidos, Franklin D. Roosevelt, que em 1936 já teria optado por não ir aos debates presidenciais. Com uma vantagem sólida sobre seu oponente, Roosevelt preferiu manter o foco na sua campanha e evitar qualquer risco que pudesse vir de um confronto direto. No Brasil, o caso mais emblemático foi o do ex-presidente Lula, que, em 2006, durante sua campanha para a reeleição, não debateu frente a frente com os adversários.
A decisão de João Campos em não comparecer ao debate pode ser vista como uma estratégia pragmática. Evitar debates pode parecer uma forma de minimizar riscos e manter a imagem positiva em uma campanha que já está consolidada. No entanto, essa abordagem também pode ser vista como uma oportunidade perdida de se conectar ainda mais com os eleitores e responder diretamente às críticas e preocupações que surgem durante a campanha.