A corrida eleitoral em Recife parece caminhar para um desfecho previsível, com João Campos (PSB) navegando em águas tranquilas rumo à reeleição. Enquanto a população espera pacificamente pelo dia 6 de outubro, sem grandes surpresas ou debates relevantes, a sensação de uma campanha morna se consolida.
A ausência de oposição efetiva e o desinteresse geral colocam a disputa em modo automático. Campos segue sem obstáculos, e o vice, um nome ainda pouco conhecido, está praticamente garantido como sucessor em curto prazo. Sem confrontos ou debates acalorados – apenas dois foram marcados até agora – a atmosfera eleitoral perde relevância.
A falta de debates reflete o cenário de desmobilização política. A principal candidatura sequer se expõe, e os adversários, com pouca audiência e engajamento, não conseguem gerar interesse. As emissoras de televisão, por sua vez, parecem aceitar esse clima apático, sem promover os embates necessários para a vitalidade democrática.
Esse esvaziamento eleitoral é um golpe na democracia. O debate é essencial para que o eleitor possa avaliar ideias e propostas, mas a campanha recifense não cumpre esse papel. Está sem relevância, sem graça e sem açúcar. Não tem interesse de mostrar o contraditório, de expor suas mazelas. Ou a cidade não tem problemas? Enquanto isso, São Paulo segue para o oitavo debate, dando oportunidade ao cidadão de conhecer e escolher quem melhor tem condições de cuidar da cidade pelos próximos quatro anos.