O início do guia eleitoral não tem sido fácil para o prefeito-candidato João Campos. Além do embate em torno do déficit habitacional, uma nova crise tomou conta de sua campanha: a denúncia de que 23 creches em Recife estariam sendo geridas por cabos eleitorais do PSB. O caso, que já virou pesadelo, ganhará ainda mais destaque na tarde de hoje, quando o adversário Gilson Machado promete novas revelações durante uma coletiva à imprensa.
Na manhã desta segunda-feira, João Campos tentou minimizar os danos, defendendo que as creches conveniadas seguem um modelo nacional de expansão da rede. O prefeito ressaltou que o processo de credenciamento dessas unidades não ocorre por escolha pessoal, mas através de um edital público que estabelece regras e normas técnicas. “Não há nenhum tipo de ingerência”, garantiu Campos.
No entanto, a situação se agravou com a publicação de uma nova matéria pelo site Marco Zero, que trouxe à tona mais detalhes sobre as relações do PSB com as entidades conveniadas no programa Infância na Creche. A reportagem revelou que duas dessas creches seriam comandadas por uma pessoa condenada por estelionato, falsidade ideológica e falsificação de documentos em Pernambuco e Rondônia. Segundo a denúncia, essa pessoa já havia sido procurada pela polícia.
O site ainda apontou irregularidades nas creches parceiras, destacando que algumas estão em obras, mas já tiveram o funcionamento autorizado pela Secretaria de Educação. A autorização, conforme a reportagem, foi dada por meio de uma portaria assinada pelo secretário Fred Amâncio, publicada no Diário Oficial em 2 de março. O escândalo, que já vinha incomodando a campanha de Campos, agora ganha contornos ainda mais graves, ameaçando sua trajetória rumo à reeleição.
