O prefeito do Recife, João Campos (PSB), tem navegado habilmente pelas águas turvas da política. Sem se comprometer a cumprir os quatro anos de um possível novo mandato, Campos evita decepcionar seus eleitores antes do 6 de outubro. Sua estratégia é fugir de qualquer menção a uma eventual candidatura ao governo estadual, que certamente deixaria os recifenses desmotivados.
Durante sabatinas recentes, Campos tem sido firme: “eu não vou falar sobre a eleição de 26, 28, de 2030. Eu vou falar sobre a eleição de 24, de tudo que fiz e me comprometo em continuar fazendo. É isso que o eleitor espera”. Essa resposta, cuidadosamente elaborada, reflete sua intenção de manter o foco no presente, mesmo que seu histórico indique outra coisa.
O prefeito já percorreu caminho semelhante. Eleito deputado federal com uma votação expressiva, João Campos deixou o mandato na Câmara Federal pela metade para disputar a Prefeitura do Recife em 2020. Agora, ao que tudo indica, o plano é parecido: organizar o terreno para uma futura candidatura ao Palácio das Princesas. O escolhido para ocupar seu posto, Victor Marques, um nome até então desconhecido, será preparado até lá para trocar o cargo de vice pelo de prefeito da cidade.
O silêncio de Campos sobre seu futuro político é proposital e sua popularidade parece validar essa estratégia. Recife está encantada pelo jovem prefeito que possui ambições que ultrapassam as fronteiras da capital pernambucana. Como se vê, a confiança dos recifenses é inabalável. Prova disso são os 80% de aprovação à sua reeleição.