Em ano eleitoral, é comum que gestões municipais acelerem obras para demonstrar trabalho à população. No Recife, porém, a requalificação da Policlínica Gouveia de Barros, na Boa Vista, em vez de trazer benefícios ao prefeito João Campos, está gerando insatisfação entre os recifenses. A unidade, que enfrentava sérios problemas estruturais, teve sua reforma adiada para 2024, quando deveria ter começado em 2023.
Com o início das obras, os serviços foram suspensos na unidade e transferidos para outros locais, como a Policlínica Agamenon Magalhães, em Afogados, e a Policlínica Waldemar de Oliveira, em Santo Amaro, onde agora funciona o CTA/SAE (Serviço de Atenção Especializada) para tratamento de IST/HIV e Hepatites Virais. Entretanto, essa mudança não foi devidamente comunicada aos pacientes.
Com as contas da Secretaria de Saúde desativadas por determinação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e os números de telefone inoperantes, a população que precisa do atendimento da unidade está se sentindo desassistida. Quem chega à Gouveia de Barros não encontra qualquer placa indicando o novo endereço.
A situação é crítica para as pessoas que fazem tratamento de HIV, muitas das quais em situação de rua. Sem a informação correta, o risco de interrupção dos tratamentos é elevado, colocando vidas em perigo. A gerente da Policlínica, Ayanne Melo, justifica que um cartaz foi colocado com o endereço provisório, mas ele foi arrancado. A Ouvidoria da Prefeitura do Recife já recebeu reclamação formal sobre o caso.