Na tranquila paisagem do Agreste pernambucano, uma rota de 107 quilômetros liga as cidades de Angelim e Caruaru. No entanto, o que poderia ser apenas uma ligação geográfica agora simboliza um vínculo de tensão política que tem reverberado além das fronteiras dessas cidades. Uma troca de acusações entre candidatos a prefeito dos dois municípios evoluiu para um caso de polícia, colocando o foco em uma disputa que transcende as campanhas locais.
Tudo começou quando Carlos Henrique, conhecido popularmente como Caíque Galeguinho, candidato a prefeito de Angelim, registrou um Boletim de Ocorrência na Polícia Federal. O motivo? Uma mensagem que ele afirma ter recebido de Fernando Rodolfo, deputado federal e candidato a prefeito de Caruaru pelo Partido Liberal (PL). Segundo Caíque, a mensagem tinha um tom intimidatório, algo que o PSB, partido ao qual Caíque é filiado, prontamente condenou em nota oficial. A legenda se solidarizou com seu candidato e repudiou qualquer forma de violência ou desrespeito nas disputas eleitorais.
Do outro lado da questão, Fernando Rodolfo se defende das acusações, negando que tenha tido qualquer intenção de ameaçar Caíque. Segundo Rodolfo, a mensagem enviada dizia apenas que Caíque “iria pagar caro e ser responsabilizado pelos vídeos covardes” que este teria divulgado contra sua esposa Itla Campos, que é candidata a vice-prefeita de Angelim na chapa de Marquinho Calado (Republicanos). Rodolfo justifica que sua fala se referia às pesadas multas que Caíque poderia enfrentar da Justiça Eleitoral por propaganda negativa, e ao fato de acreditar que o candidato socialista perderia as eleições em Angelim devido à rejeição da população.
A situação em Angelim tem desviado o foco de Rodolfo de sua própria campanha, levantando críticas entre os eleitores de Caruaru, que esperam que ele se concentre na disputa local ao invés de se envolver em conflitos políticos em outras cidades.
