Ciclo de promessas e desilusões na política

Em ano eleitoral, o cenário é o mesmo: corrida para inaugurar obras, projetos grandiosos e depois tudo volta a ser como antes - Edson Holanda/PCR
Em ano eleitoral, o cenário é o mesmo: corrida para inaugurar obras, projetos grandiosos e depois tudo volta a ser como antes - Edson Holanda/PCR

À medida que se aproximam as eleições, o cenário político brasileiro é tomado por um frenesi de inaugurações de obras, liberações de emendas e renovação de promessas. Governos correm para finalizar projetos até o prazo estipulado pela justiça eleitoral, na tentativa de angariar votos e manter-se no poder. No entanto, uma vez encerrado o período eleitoral, a realidade retorna ao status quo: projetos grandiosos muitas vezes ficam no papel ou, quando iniciados, sofrem com aditivos repetidos e raramente são concluídos dentro do mandato.

Esse ciclo é exaustivo e desalentador. A repetição dos mesmos processos políticos gera uma sensação de estagnação e impotência. A maioria da população, infelizmente, não percebe ou compreende completamente o jogo político que se desenrola diante de seus olhos. A culpa, no entanto, não pode ser inteiramente atribuída à população. Esta é manipulada por aqueles que detêm o poder, que não implementam políticas públicas eficazes que poderiam transformar a situação.

A educação é um exemplo claro dessa manipulação. O sistema educacional falho mantém a população desinformada e dependente, perpetuando um assistencialismo medíocre que se renova a cada ano eleitoral. A falta de investimento em educação de qualidade impede que as pessoas entendam a realidade política e social em que vivem, dificultando a formação de uma consciência crítica capaz de promover mudanças significativas.

Estamos à beira de mais uma eleição. E, como de costume, aqueles que detêm o poder, controlando a máquina pública, continuarão a renovar seus mandatos, indicando aliados e perpetuando o modelo político que o Brasil conhece tão bem. É um ciclo vicioso, onde promessas são feitas e, na maioria das vezes, não cumpridas. Obras são anunciadas com pompa, mas muitas não chegam a ser executadas, ou são entregues inacabadas.

A transformação desse cenário requer mais do que indignação. É preciso um movimento consciente e organizado da sociedade civil, exigindo transparência, responsabilidade e mudanças reais na forma como a política é conduzida no Brasil. Somente com uma população bem informada e engajada será possível quebrar esse ciclo de promessas vazias e construir um futuro mais justo e próspero para todos.

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