A conclusão da obra da Ponte Monteiro-Iputinga, iniciada em 2012, foi adiada mais uma vez, agora para dezembro deste ano. A prorrogação do prazo, publicada no Diário Oficial do Recife, nesta terça-feira (9), gerou críticas do líder da oposição na Câmara Municipal, vereador Alcides Cardoso (PL), que questionou a gestão do prefeito João Campos (PSB) sobre os constantes atrasos.
A ponte, que deveria ter sido entregue em 2014, na gestão do ex-prefeito Geraldo Julio (PSB), já sofreu diversos adiamentos. O mais recente previa a entrega em janeiro de 2024, depois adiado para abril deste ano, e agora, uma nova prorrogação foi anunciada. Segundo a publicação do Diário Oficial, o contrato com o Consórcio Vemac, responsável pela obra, foi prorrogado por mais 180 dias, com um valor inicial de R$ 45 milhões. Este é o segundo aditivo ao contrato firmado em abril de 2023, e a nova data de conclusão é 18 de dezembro de 2024.
Em dezembro de 2023, Alcides Cardoso já havia alertado para um atraso de sete meses na execução da obra, que comprometeria a liberação da ponte para circulação de veículos no início deste ano, prazo prometido por João Campos. À época, o vereador destacou que a implantação do sistema viário, que conectaria a ponte às avenidas 17 de Agosto e Maurício de Nassau, tinha avançado apenas 16%, quando deveria estar na metade da execução.
“Neste mês passado, fiz uma série de questionamentos ao prefeito João Campos após visitar o canteiro de obras da Ponte Monteiro-Iputinga, e não foram respondidos com a exceção do prazo de conclusão, que, sem surpresa, foi mais uma vez adiado. E por que não nos surpreendeu? A fiscalização feita pelo nosso mandato, com imagens de drone, escancarou que muito ainda tinha que ser feito, como o andamento da ligação entre a cabeceira da ponte e o trecho que liga à Dezessete de Agosto. São 12 anos de espera, mais de R$ 110 milhões gastos, três gestões do consórcio PSB/PT que passaram, várias promessas vazias e a redução do impacto da ponte na mobilidade da nossa cidade com todo esse atraso”, afirmou Alcides Cardoso.
A falta de resposta sobre o sistema viário foi reiterada por Alcides Cardoso na publicação do novo adiamento. “Agora volto a questionar ao prefeito João Campos, diante desse documento oficial sobre o adiamento, se a ponte será entregue com todo o sistema viário pronto. Essa pergunta segue sem resposta e a situação se torna mais obscura após mais um prazo não cumprido pela Prefeitura. E quanto ao habitacional prometido para abrigar parte das famílias da Comunidade Vila Esperança que sofreram as desapropriações para a construção da ponte? Até quando elas irão esperar a conclusão da nova moradia depois da gestão João Campos inverter a lógica ao não entregar o Habitacional Vila Esperança muito antes da ponte?”, questionou o vereador.
Outro ponto levantado por Alcides Cardoso foi a possibilidade de instalação de um semáforo na Rua Dezessete de Agosto para controlar o fluxo de veículos gerado pela ponte na região. Essa questão também segue sem resposta por parte da Prefeitura. Com 12 anos de espera e um investimento superior a R$ 110 milhões, a obra da Ponte Monteiro-Iputinga continua sendo uma dor de cabeça para os recifenses, que aguardam ansiosos pela conclusão e pelo alívio no tráfego que a nova estrutura promete trazer.