O Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE) voltou a expor a insatisfação da categoria com o governo de Raquel Lyra. Em um protesto realizado ontem durante a Fenearte – no Centro de Convenções, policiais civis confrontaram diretamente a governadora, decretando uma paralisação de advertência de 24 horas e anunciando uma operação padrão. O sindicato pressiona a chefe do executivo estadual para que cumpra suas promessas de campanha e retome as negociações com a categoria.
O Sinpol-PE prometeu marcar presença em todas as agendas públicas de Raquel Lyra até que suas demandas sejam atendidas. A entidade critica duramente a gestão da segurança pública no estado, destacando a situação precária em que se encontra a Polícia Civil. Vídeos divulgados nas redes sociais pelo sindicato apresentam um tom de denúncia contra o governo, acusando-o de maquiar a realidade.
Segundo o Sinpol-PE, o governo apresentou um simples procedimento contratual de troca de viaturas como parte de um “grande investimento” na segurança pública. “Até agora, não houve nenhum centavo de investimento real, nenhuma melhoria concreta na Polícia Civil. A aquisição de novos carros anunciada pelo governo é, na verdade, a troca prevista no contrato de locação das viaturas, que ocorre a cada três anos devido ao desgaste. Não houve aquisição de novas viaturas, isso é um engodo. Os coletes são os mesmos da gestão anterior, a estrutura das delegacias está pior, o efetivo está menor, e as condições de trabalho são péssimas. Temos os piores salários do país”, denuncia o presidente do Sinpol-PE, Aureo Cisneiros.
Desde o início da operação tartaruga, a liberação de corpos no Instituto de Medicina Legal (IML) começou a acumular, agravando a situação. Ontem, um grupo de policiais civis se reuniu em frente ao instituto para protestar, denunciando o abandono da categoria pela governadora. A palavra de ordem no protesto era clara: a Polícia Civil se sente abandonada pelo governo de Raquel Lyra.