Autopromoção teria custado R$ 497 mil à PCR

Alcides Cardoso (PL) acusa João Campos de gastar o dinheiro público para promover sua imagem pessoal durante a festa - Phillipe Jonathan/Divulgação
Alcides Cardoso (PL) acusa João Campos de gastar o dinheiro público para promover sua imagem pessoal durante Carnaval - Phillipe Jonathan/Divulgação

As críticas sobre o uso de recursos públicos para fins pessoais durante o Carnaval 2024 continuam a ecoar na política recifense. Hoje (11), o vereador Alcides Cardoso (PL), líder da oposição na Câmara Municipal do Recife, usou a tribuna para acusar o prefeito João Campos (PSB) de utilizar R$ 497 mil de dinheiro público para promover sua imagem pessoal durante a festa deste ano.

Cardoso apresentou documentos que comprovariam o gasto exorbitante da Secretaria de Turismo e Lazer do Recife, que totalizou mais de R$ 8 milhões em contratos de publicidade para o evento. Dentre esses gastos, pelo menos R$ 497 mil teriam sido destinados a páginas de redes sociais populares, como Recife Ordinário, Japonês Recifense e Brega Bregoso, com o objetivo de promover a figura pessoal do prefeito.

“Esses perfis têm grande alcance e poderiam, sim, ajudar a divulgar a cidade. No entanto, a estratégia adotada parece ter sido a de promover o prefeito João Campos, em vez da cidade do Recife. Isso fere a legislação e vai contra o interesse público”, afirmou Cardoso em plenário.

Entre as alegações, Cardoso destacou o caso do perfil Brega Bregoso, que durante o Carnaval focou suas postagens no fato do prefeito ter descolorido o cabelo, criando a chamada “nevada”. Postagens mostravam o prefeito e sua família em situações pessoais, como o deputado federal Pedro Campos pintando o cabelo, o prefeito dançando na área VIP do Marco Zero e até um vídeo onde o prefeito sugeria a uma cantora de brega dar uma chance a outro cantor. “Tudo isso patrocinado pelo povo do Recife”, criticou o vereador.

Em fevereiro, Alcides Cardoso já havia acionado o Ministério Público Eleitoral (MPE) contra o que classificou como abuso de poder político. Ele pediu a abertura de um inquérito para investigar o uso da estrutura e programação do Carnaval para exaltar o prefeito e mencionar sua candidatura à reeleição. A Procuradoria Regional Eleitoral encaminhou a apuração ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE).

Cardoso também anexou à representação uma denúncia contra a distribuição de 300 mil tatuagens temporárias com a imagem de João Campos durante o Carnaval, produzidas por uma gráfica ligada ao PSB, com um custo de aproximadamente R$ 100 mil. “Essas tatuagens apareceram no perfil do Brega Bregoso na semana pré-Carnaval, evidenciando que nada passou despercebido pelo marketing da Prefeitura para impulsionar a figura digital do prefeito”, destacou Cardoso.

“É inaceitável que recursos dos pagadores de impostos recifenses sejam usados como trampolim para autopromoção política. O Recife tem muitos potenciais e também muitas mazelas. O que não podemos aceitar é que a cidade seja relegada a segundo plano em prol de interesses pessoais”, concluiu o oposicionista.

A Prefeitura do Recife e o prefeito João Campos ainda não se pronunciaram oficialmente sobre as acusações feitas por Alcides Cardoso. Enquanto isso, o debate sobre o uso de recursos públicos para promoção pessoal continua a gerar controvérsia na política local.

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