Podemos exige transparência sobre vínculos com crime organizado em JP

Operação da Polícia Federal mira interferência de organização criminosa em órgãos da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PB) — Reprodução
Operação da Polícia Federal mira interferência de organização criminosa em órgãos da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PB) — Reprodução

O partido Podemos de João Pessoa (PB) lançou uma denúncia contundente exigindo transparência e esclarecimentos da Prefeitura Municipal a respeito da operação policial que investiga vínculos entre agentes públicos e o crime organizado na capital paraibana. Em nota à imprensa, o partido expressou preocupação com as revelações da Operação Mandare (deflagrada no mês de maio), que incluem a filha do prefeito Cícero Lucena, Janine Lucena, e outros servidores municipais.

Segundo o Podemos, a população de João Pessoa está perplexa diante das denúncias que colocaram a família do prefeito no centro de uma investigação nacional. O partido destacou que tais acusações representam um grave ataque à democracia e afirmou que a cidade não pode seguir o caminho de outras localidades brasileiras, onde facções criminosas exercem influência sobre a administração pública.

A nota questiona o conteúdo das investigações que levaram à realização de mandados de busca e apreensão na residência e no gabinete de Janine Lucena, que ocupa o cargo de Secretária de Saúde municipal. Além disso, o partido indaga sobre a natureza das interações entre ela e líderes de facções criminosas, bem como o impacto dessas relações na nomeação de funcionários públicos e nas políticas da gestão.

O Podemos também criticou o tratamento diferenciado dado a Janine Lucena em comparação com outras figuras investigadas, que foram afastadas de suas funções. Até o momento, a Secretária Executiva da Saúde permanece no cargo, sem esclarecimentos por parte da administração municipal.

A denúncia do Podemos concluiu ressaltando que a falta de transparência e os supostos vínculos com o crime organizado comprometem não apenas a imagem da gestão pública, mas também levantam sérias dúvidas sobre a eficácia das políticas públicas implementadas e a segurança da população pessoense.

A Operação Mandare, que continua sob segredo de Justiça, foi descrita pelo ex-ministro da saúde Marcelo Queiroga como uma questão grave que exige total transparência para que a sociedade possa entender a gravidade dos fatos apurados. “Há uma caixa preta sobre a gestão municipal de João Pessoa”, declarou, recentemente, o ex-ministro da saúde, ao Diário do Poder.

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