PC ameaça operação padrão a partir de sexta

Policiais Civis de Pernambuco fazem paralisação de advertência amanhã. Caso o governo não dialogue, entrarão em operação padrão - Reprodução
Policiais Civis de Pernambuco fazem paralisação de advertência amanhã. Caso o governo não dialogue, entrarão em operação padrão - Reprodução

Em meio a uma grave crise de condições de trabalho e remuneração, os policiais civis de Pernambuco, representados pelo Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE), anunciaram uma paralisação de advertência para amanhã. Caso não haja um diálogo efetivo com o governo estadual, a categoria promete iniciar uma operação padrão a partir de sexta-feira, conforme informou o presidente do Sinpol-PE, Aureo Cisneiros.

A decisão foi tomada em resposta à deterioração das condições de trabalho e à desvalorização profissional enfrentada pelos policiais civis do estado. “Primeiro, a paralisação de advertência e depois vamos para a operação padrão. Os policiais vão sair dos grupos de WhatsApp da Polícia Civil e não vão mais participar de nenhuma operação, porque estamos em péssimas condições de trabalho. A gente está desvalorizado, com os piores salários do Brasil. Não melhorou nada na Polícia Civil de um governo para o outro”, lamentou Cisneiros.

A crise no setor é evidenciada pelo relato de Cisneiros sobre a precariedade enfrentada pelos policiais. Ele destacou que, mesmo após um ano e seis meses da posse da governadora Raquel Lyra, as dificuldades persistem. Os policiais continuam a comprar água para beber com seus próprios recursos e a realizar cotas entre si para adquirir material de limpeza. Além disso, o déficit de efetivo nas delegacias se agravou, resultando no fechamento de algumas unidades e na suspensão de serviços essenciais, como o funcionamento noturno e em fins de semana e feriados da Delegacia da Mulher no interior do estado e em Caruaru.

“Tem delegacia que está fechada por falta de policiais. A delegacia da mulher, no interior do estado e em Caruaru, está sem funcionar à noite, fins de semana e feriados, e isso tudo tem trazido grande transtorno para os policiais civis. Além do adoecimento, tem a questão salarial que nos preocupa muito”, afirmou Cisneiros.

O presidente do Sinpol-PE também salientou que os policiais são sobrecarregados, trabalhando por três ou quatro colegas, e ainda assim recebendo o pior salário do país. “A falta de estrutura é outra situação gritante. A gente não viu a Polícia Civil ser inserida no plano ‘Juntos pela Segurança’. A gente não sentiu isso ainda, não tem uma solicitação para melhorar a nossa estrutura. Não dá mais, ninguém aguenta mais essa situação”, concluiu.

A categoria espera que a paralisação de advertência sirva como um alerta para o governo estadual sobre a gravidade da situação e a urgência de medidas concretas para melhorar as condições de trabalho e a valorização dos policiais civis de Pernambuco. Caso contrário, a operação padrão poderá intensificar ainda mais o impacto na segurança pública do estado.

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