Logo após a confirmação da derrota para Raquel Lyra no segundo turno das eleições de 2022, Marília Arraes prometeu liderar a oposição à nova governadora de Pernambuco. Em uma nota divulgada imediatamente após o resultado, ela afirmou: “A partir deste momento, estarei à frente das oposições, liderando incansavelmente a fiscalização rigorosa e o estrito cumprimento das promessas feitas à população durante à campanha.”
Entretanto, desde essa declaração, a atuação de Marília Arraes na política estadual tem sido apagada. Inicialmente, ela permaneceu em silêncio, fazendo esporádicas críticas nas redes sociais. Posteriormente, passou a viajar pelo estado organizando seu partido e chegou a se reconciliar com o primo João Campos. Sua tentativa mais recente de se firmar como oposição ocorreu em Serra Talhada, mas durou pouco e resultou em mais críticas do que apoio.
A iniciativa de reforçar seu papel de oposição foi rapidamente neutralizada por aliados da prefeita Márcia Conrado, que divulgaram vídeos destacando a aliança entre a prefeita e a governadora Raquel. A situação piorou quando o deputado Luciano Duque, ex-aliado de Marília, subiu à tribuna na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) para criticá-la duramente, chamando-a de mentirosa, desleal e traidora. Duque ainda revelou uma mensagem de WhatsApp em que Marília, segundo ele, fazia falsas promessas.
Esses incidentes têm contribuído para a imagem de Marília como uma figura política controversa. Apesar de ter recebido 2.190.264 votos (41,30% dos votos válidos) na última eleição, ela não tem conseguido capitalizar esse capital político. Sem mandato, sem espaço político significativo e com apoio cada vez mais reduzido, o cenário para Marília Arraes é desafiador.
A trajetória de Marília Arraes desde as eleições de 2022 ilustra os desafios que ela enfrenta para se manter relevante no cenário político pernambucano. Sua promessa de liderar uma oposição rigorosa ainda não se concretizou de forma eficaz, e cada nova tentativa de se afirmar parece estar mais distante do seu objetivo. Com isso, a imagem de Marília se distancia cada vez mais do eleitor, que começa a vê-la como representante de um modelo político ultrapassado.