Segurança em PE: realidade ou retórica?

Governadora Raquel Lyra celebra com aliados em Caruaru a queda de crimes, enquanto população enfrenta violência crescente - Reprodução
Governadora Raquel Lyra celebra com aliados em Caruaru a queda de crimes, enquanto população enfrenta violência crescente - Reprodução

Neste fim de semana, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, participou das celebrações juninas em Caruaru, acompanhada de seus aliados, onde destacou a segurança pública do estado. Segundo a governadora, Pernambuco está mais seguro, com uma redução de 12% nos crimes registrados em maio. No entanto, os recentes episódios de violência em diversas regiões desafiam essa narrativa otimista.

Enquanto a governadora comemorava, a violência continuava a assombrar os cidadãos pernambucanos. Em Itamaracá, uma mulher foi brutalmente assassinada há dois dias, e na semana passada, outra mulher foi vítima de violência em Brasília Teimosa. No Cabo de Santo Agostinho, dois irmãos foram mortos dentro de casa neste fim de semana, e quatro dias atrás, dois homens foram assassinados no Alto Treze de Maio, na Zona Norte do Recife.

Esses eventos ilustram um cenário que contrasta com os dados apresentados pela governadora. Além disso, a capital pernambucana aparece como a 13ª cidade mais perigosa do mundo e uma das mais perigosas do Brasil, de acordo com um ranking internacional divulgado no final do mês. Esses dados apontam para uma discrepância entre a percepção oficial e a realidade vivida pela população.

Para garantir a segurança das festividades juninas, o governo estadual aumentou o efetivo policial em 25%. No entanto, essa medida também é vista como uma estratégia de marketing político em um ano de eleições, aproveitando a festa popular junina para promover a imagem da governadora e de seus aliados.

Outro ponto crítico é a situação das câmeras de monitoramento. Desde 1º de dezembro de 2023, os 358 equipamentos sob responsabilidade do estado estão desativados. Em uma coletiva de imprensa em 16 de maio, representantes da Secretaria de Defesa Social (SDS) prometeram a publicação de um edital para a aquisição de 2 mil novas câmeras até o final do mesmo mês. Contudo, o prazo não foi cumprido e nenhum novo cronograma foi divulgado.

O custo previsto para a instalação das câmeras é de R$ 250 milhões nos próximos cinco anos. A mais recente promessa é que o primeiro lote de equipamentos será instalado em setembro, cinco meses após o prazo inicial. A previsão é que todas as câmeras estejam operacionais até junho de 2025.

A segurança de quem?

A disparidade entre as declarações oficiais e a realidade diária dos pernambucanos levanta uma questão: “Juntos pela segurança de quem?” A população continua a enfrentar um cenário de violência persistente, enquanto as promessas de melhorias na segurança pública não se concretizam. O governo estadual precisa enfrentar esses desafios com ações eficazes e transparentes, garantindo que a segurança seja uma realidade para todos os cidadãos, e não apenas uma retórica em tempos de festa ou para garantir uma festa.

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