Com os piores salários do país e uma promessa de valorização na campanha eleitoral de 2022 que não foi colocada em prática, os Policiais Civis de Pernambuco disseram “Não” à proposta da governadora Raquel Lyra e anunciam paralisação das atividades para esta quarta-feira (05). Os policiais também começaram a devolver os PJES (Programa de Jornada Extra de Segurança).
A insatisfação é notória entre os profissionais, que enfrentam condições precárias de trabalho no estado. O Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol) divulgou uma nota ressaltando a necessidade de uma polícia civil estruturada e valorizada para servir adequadamente a população pernambucana. “O povo pernambucano merece policiais civis estruturados, valorizados e com condições mínimas de trabalho”, afirmou o sindicato.
Áureo Cisneiros, presidente do Sinpol, descreveu a situação crítica das delegacias, que sofrem com a falta de materiais básicos, como produtos de limpeza e equipamentos essenciais para o trabalho diário. Esta carência compromete gravemente a capacidade de investigação da corporação, dificultando a resolução de crimes em Pernambuco. “Hoje, aqui na região metropolitana, temos mais de 10 mil inquéritos de homicídios sem investigação. Por quê? Falta de efetivo e estrutura da Polícia Civil. Então, a gente não está lutando e fazendo essa paralisação de advertência porque a gente quer. A gente está pedindo uma urgência na reestruturação da Polícia Civil. Ninguém aguenta mais nesse estado de tanta violência”, declarou Cisneiros em entrevista à CBN Recife.
A decisão de paralisar as atividades por 24h é vista como um último recurso pelos policiais, que há tempos clamam por melhores condições de trabalho. A paralisação desta quarta-feira visa chamar mais uma vez a atenção do governo e da sociedade para a urgência da situação. Os policiais civis esperam que a mobilização pressione a governadora Raquel Lyra a apresentar uma nova proposta que realmente atenda às necessidades da categoria e melhore a segurança pública em Pernambuco. A governadora ainda não se pronunciou oficialmente sobre a rejeição da proposta e a paralisação anunciada pelos policiais civis. No entanto, a pressão sobre o governo aumenta à medida que a insatisfação entre os policiais e a população cresce, com a segurança pública em jogo.