A cidade de Abreu e Lima, conhecida como a capital evangélica do país, está prestes a enfrentar um cenário eleitoral complexo e repleto de incertezas. Com a aproximação das eleições municipais, a divisão entre os líderes evangélicos locais pode complicar o resultado da disputa. O atual prefeito de Abreu e Lima, Flávio Gadelha, lidera as pesquisas de intenção de votos com folga, chegando a quase 50%. Ele, que foi eleito em 2020 pelo antigo PSL (atualmente União Brasil, após a fusão com o DEM), agora é filiado ao PSB e tem nada menos que o prefeito do Recife, João Campos, e um sólido grupo de aliados em seu palanque.
Gadelha enfrentará um oponente que, embora esteja bem abaixo das pesquisas – não chegando a pontuar 20%, tem a seu favor uma rejeição bem menor. O pré-candidato do PSDB, Dr. Marquinhos, ainda terá o reforço da governadora Raquel Lyra, além do apoio do Cidadania e do PDT. Mas, apesar disso, avaliam nos bastidores que o pré-candidato terá grande dificuldade de eleger vereadores da sua base. Enquanto isso, o professor Jaílton Lima, da Assembleia de Deus, colocou o seu bloco na rua, pelo PMN. No entanto, sua candidatura não decolou, registrando apenas 1% das intenções de voto, empatado com Manoel Elizeu, conhecido como Bilo, do PSOL.
Uma questão crucial que paira sobre a eleição em Abreu e Lima é o posicionamento de partidos como o PP e o PL. O Progressista, liderado por Eduardo da Fonte, poderá seguir com a governadora Raquel e Dr. Marquinhos, mas o clima de insatisfação interno torna o apoio incerto. O grupo dos Ferreira (PL) está prestes a romper com Raquel, o que complicaria ainda mais o cenário eleitoral deste município. A divisão de evangélicos é notável. Uma parte da comunidade deverá apoiar Dr. Marquinhos, outra vai para Flávio, enquanto um fragmento apoiará Jaílton. Ainda há outras possibilidades até as convenções partidárias.