Incertezas e chuvas assombram recifenses

A ponte entre Recife e Olinda mostra uma paisagem realista do abandono. No local, onde houve inundações em 2023, a paisagem é desoladora
A ponte entre Recife e Olinda mostra uma paisagem realista do abandono. No local, onde houve inundações em 2023, a paisagem é desoladora

Em meio a um cenário de medo e incertezas, os moradores do Conjunto Paulo Segundo, localizado na divisa entre Recife e Olinda, se preparam com apreensão para as chuvas deste ano. A situação de abandono é evidente para quem atravessa a ponte que separa as duas cidades. De um lado, o Conjunto Paulo Segundo que margeia o Rio Beberibe, está completamente desprotegido. Do outro, a situação não é melhor: o muro ainda resiste, mas a proteção de ferro que contorna a ponte corroeu com o tempo, deixando apenas ferros soltos e enferrujados que compõem uma paisagem desoladora.

No ano passado, as chuvas intensas invadiram essa área, resultando em uma inundação que devastou a comunidade. O Conjunto Paulo Segundo ficou completamente submerso, causando sofrimento e perdas para os moradores. As marcas da tragédia ainda são visíveis e, para muitos, as lembranças daquela inundação são difíceis de apagar.

Desde as inundações de 2023, pouco ou nada foi feito para melhorar a situação da infraestrutura urbana nessa área vulnerável. Promessas de melhorias foram feitas, mas a realidade mostra um quadro de abandono. A ausência de ações concretas e eficazes para proteger os moradores é flagrante. Passamos pelo local e constatamos a carência total de infraestrutura que poderia minimizar os riscos e dar alguma tranquilidade aos residentes. Os moradores da área vivem em constante estado de alerta, temendo que as chuvas deste ano tragam novamente a destruição.

Diante dessa situação alarmante, a comunidade clama por atenção e ação das autoridades. A necessidade de investimentos em infraestrutura, como a construção de barreiras de contenção e a melhoria dos sistemas de drenagem, é urgente. Além disso, programas de realocação para áreas menos vulneráveis poderiam oferecer uma solução mais segura e digna para essas famílias.

Essa pequena localidade é um retrato do abandono e da falta de planejamento urbano em áreas vulneráveis. Os moradores precisam de respostas e ações imediatas para evitar que tragédias se repitam. Até que medidas concretas sejam tomadas, o medo e a incerteza continuarão a assombrar essa comunidade, que merece viver com dignidade e segurança.

GASTOS PÚBLICOS

No orçamento, a gestão do prefeito João Campos projetou investir R$ 320,8 milhões em urbanizações de áreas de risco, uma necessidade crítica do município. Contudo, nesses quase cinco meses de 2024, apenas cerca de 4% desse valor foi executado, totalizando R$ 11 milhões. Em contraste, a propaganda institucional do prefeito já recebeu R$ 21 milhões, e o Carnaval 2024 consumiu R$ 99,7 milhões, incluindo R$ 3,5 milhões em shows patrocinados.

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