A Prefeitura do Recife firmou mais um contrato de empréstimo com o Banco do Brasil no valor de R$ 200 milhões, conforme publicado no Diário Oficial do município. O contrato de número 40/00049-4 tem como objetivo financiar despesas públicas. Este novo empréstimo se soma a outro, de igual valor, que passou hoje pela Comissão de Legislação e Justiça (CCLJ).
Além dos dois empréstimos de R$ 200 milhões cada, a Caixa Econômica Federal também liberou R$ 580 milhões recentemente para a Prefeitura do Recife, em uma proposição aprovada rapidamente pela Câmara Municipal. A origem deste novo valor, no entanto, causou polêmica.
A vereadora Michele Collins, em suas redes sociais, foi a primeira a denunciar o novo empréstimo. “Acabei de sair da Comissão de Legislação e Justiça e o prefeito João Campos conseguiu aprovar um empréstimo de R$ 200 milhões”, declarou. Collins destacou que este não é um caso isolado: “Em março, a PCR havia aprovado também outros R$ 200 milhões pelo Banco do Brasil. Então, já são R$ 400 milhões com esse banco em menos de dois meses”.
A vereadora também lembrou que, em maio de 2023, o prefeito João Campos pediu emprestado ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) a quantia de R$ 2,4 bilhões. “Isso é o que o prefeito tem em mãos de empréstimo. Recife vai passar mais de 23 anos pagando. Ou seja, o povo do Recife pagando a conta. Gente, isso é um absurdo. E o pior de tudo é que eles não falam de que forma as ações serão feitas”, lamentou Collins.
O líder da oposição na Câmara Municipal, Alcides Cardoso (PL), também reagiu rápido à notícia. Ele disse que o prefeito João Campos vai entregar uma prefeitura endividada ao seu sucessor, “porque gasta mais do que arrecada”. E lembrou que “até o empréstimo de R$ 580 milhões o prefeito irá contrair para o pagamento de dívidas, escancarando o descontrole nas contas do município”.
MANOBRA
O empréstimo de R$ 200 milhões contratado com o Banco do Brasil foi incluído como um “jabuti” — termo utilizado para descrever a inclusão de temas não relacionados em projetos de lei – por meio de uma emenda aditiva em um PL sobre incentivos a projetos habitacionais, o PLE 56/2023. “Infelizmente, é dado um cheque em branco atrás do outro para o prefeito e a conta só aumenta para o pagador de impostos recifense”, disse o líder da oposição na Câmara do Recife.
