Em Pernambuco, a trajetória política dos governantes estadual e municipal revela um cenário de contrastes. De um lado, a governadora Raquel Lyra (PSDB-PE) enfrenta uma gestão marcada por intensa oposição, enquanto João Campos (PSB-PE), prefeito do Recife, mantém uma trajetória relativamente tranquila, herdando a habilidade política de seu pai, Eduardo Campos.
Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco, consolidou seu nome no cenário nacional como um gestor quase sem oposição, sendo considerado uma vitrine de boas práticas administrativas. Seus governos no estado foram marcados por estabilidade política e altos índices de aprovações, pavimentando seu caminho para disputar a presidência da República.
Em contraste, a atual governadora de Pernambuco encontra-se em um campo minado politicamente. Na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Lyra enfrenta forte oposição. Deputados estaduais criticam suas ações e decisões quase que diariamente, levando as divergências políticas a se tornarem públicas e intensas.
Na Câmara Municipal do Recife, vereadores que deveriam fiscalizar a administração do prefeito Campos têm estendido suas críticas à gestão estadual de Lyra. Temas como a crise da saúde pública e a crescente violência são recorrentes nos discursos dos vereadores, que acabam por estadualizar as discussões municipais.
Enquanto isso, João Campos parece navegar em águas mais calmas. Seguindo os passos de seu pai, ele administra a capital pernambucana com uma habilidade política que lhe permite passar quase ileso pelas críticas. Na Câmara Municipal, as vozes contrárias são fracas e não chegam a causar grandes incômodos. Na Alepe, ele conta com um sólido apoio político que inclui tanto seus aliados quanto membros do grupo adversário, o que fortalece sua gestão.
A habilidade de João Campos em manter a simpatia de quase a unanimidade dos políticos pernambucanos é notável. Apesar de algumas faíscas ocasionais, ele consegue manter um mandato relativamente estável e livre de grandes polêmicas. Esse cenário contrasta fortemente com o ambiente desafiador enfrentado por Raquel Lyra, que precisa lidar com fogo amigo e uma oposição que não hesita em vocalizar suas insatisfações.