Um levantamento do governo federal revela que pelo menos 1.942 municípios no Brasil estão em áreas de risco recorrente para desastres climáticos, como inundações, enchentes e deslizamentos de terra. Entre essas localidades, observam-se municípios da região Nordeste e o estado de Pernambuco reúne vários deles. Segundo a nota técnica da Secretaria Especial de Articulação e Monitoramento, vinculada à Casa Civil, o mapeamento se baseia em dados do Atlas de Desastre e do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres, compilando eventos entre 1991 e 2022. Esse levantamento não considera os desastres mais recentes, especialmente no Sul do país.
Pernambuco é um dos estados nordestinos bem afetados, com 106 municípios mapeados como suscetíveis a desastres climáticos. O estudo aponta que 11,6% da população pernambucana vive em áreas de risco, totalizando aproximadamente 1,1 milhão de pessoas. O dado é preocupante, principalmente considerando o aumento dos casos de desastres relacionados ao clima nos últimos anos. Os municípios pernambucanos estão expostos a múltiplos riscos climáticos, desde a deslizamentos de terra; alagamentos e enxurradas; inundações, o que evidencia que muitas localidades enfrentam mais de um tipo de risco, exacerbando a vulnerabilidade das populações afetadas.
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) conta com equipamentos de monitoramento de chuvas em 1.133 municípios brasileiros. A previsão é que até 2027, todos os 1.942 municípios mapeados tenham esses dispositivos. No entanto, atualmente, menos de um quinto dos municípios brasileiros tem equipamentos para monitoramento de chuvas.
O Cemaden ressalta que todos os municípios são acompanhados através de um sistema de cruzamento de dados, o que permite emitir alertas diários sobre riscos de chuvas mais fortes. Em Pernambuco, a governadora Raquel Lyra, destaca a necessidade de uma resposta coordenada para mitigar os impactos dos desastres climáticos. “Precisamos de uma abordagem integrada que combine monitoramento avançado, infraestrutura resiliente e educação pública para preparar nossa população para os desafios climáticos futuros,” afirma Lyra.
O Nordeste, particularmente Pernambuco, enfrenta desafios significativos devido à vulnerabilidade climática. Os números sublinham a urgência de investimentos contínuos em monitoramento e infraestrutura para reduzir os riscos de desastres e proteger as populações mais vulneráveis. A região concentra um grande número de pessoas em áreas de risco geohidrológico, totalizando 8,9 milhões de pessoas.