Humberto e os jogos de poder em Pernambuco

Senador não insistirá no debate sobre a vice de Campos. Ele guarda suas cartas para quando sua própria candidatura ao Senado estiver em jogo - Reprodução
A condição de Humberto Costa ocupando uma das duas vagas para o Senado em 2026, em uma possível chapa com Campos, teria partido de Lula - Reprodução

No intrincado tabuleiro político de Pernambuco, uma figura se destaca como mestre na arte da estratégia: o senador Humberto Costa, conhecido como “a raposa” da política local. Com uma carreira marcada pela sagacidade e habilidade em articular alianças, Humberto se posiciona como uma peça-chave nas movimentações do Partido dos Trabalhadores (PT) no estado.

Humberto Costa demonstrou mais uma vez sua perspicácia ao defender publicamente apoio à reeleição do prefeito João Campos, apesar da recusa deste em indicar um nome do PT como sua vice. Enquanto alguns poderiam interpretar sua postura como complacência, na verdade, ela revela uma estratégia calculada.

Ao compreender que forçar a indicação de um vice-prefeito poderia minar sua relação com João Campos, Humberto optou por uma abordagem mais pragmática. Reconhecendo que João Campos tem nomes de confiança dentro de seu próprio círculo, Humberto decidiu não antagonizá-lo, mas sim preservar sua influência para o futuro.

Essa visão estratégica de Humberto se estende além das eleições municipais atuais, projetando-se para o pleito de 2026. Ao aceitar silenciosamente a situação atual, ele guarda suas cartas para um momento mais propício, quando sua própria candidatura ao Senado estiver em jogo.

Como um dos principais aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Pernambuco, Humberto Costa exerce um papel central nas decisões e indicações políticas do PT no estado. Sua influência não se limita apenas às estratégias eleitorais, mas também se estende às políticas públicas e às relações de poder dentro do partido.

Embora seja visto como um nome preparado para uma eventual disputa ao governo estadual, Humberto compreende os riscos envolvidos e reconhece que manter sua posição no Senado pode ser uma opção mais segura e estratégica. Sua experiência como candidato ao Palácio das Princesas em 2006, quando enfrentou Eduardo Campos e saiu derrotado, serve como uma lição que ele não está disposto a repetir.

Assim, Humberto Costa se mantém como uma figura emblemática da política pernambucana, habilmente equilibrando suas ambições pessoais com os interesses do seu partido.

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