Lealdade e confiança em jogo para a disputa 24

PSB pondera sobre lealdade e confiança diante de divergências políticas e vai juntando argumentos para negar vice de João ao PT - Reprodução
Mesmo sob ataques da oposição, prefeito mantém popularidade e lidera com 76%. Adversários seguem sem conseguir ameaçá-lo - Rodolfo Loepert/PCR

Na iminência das eleições deste ano no Recife, a relação entre o Partido Socialista Brasileiro (PSB) e o Partido dos Trabalhadores (PT) enfrenta novos desafios, trazendo à tona questões de lealdade e confiança no cenário político pernambucano. A disputa pela vice na chapa do prefeito João Campos, que já vinha sendo palco de divergências, ganha contornos ainda mais intensos diante da falta de alinhamento entre as legendas.

O PSB, já reticente em entregar a vice ao PT devido à desconfiança em relação à legenda, encontra agora novos argumentos para justificar sua postura. A falta de lealdade de alguns membros do PT ressurge como um pretexto certo para João Campos negar o cargo tão cobiçado. O prefeito que almeja disputar o governo do estado em 2026, teme deixar a Prefeitura do Recife nas mãos de um petista e busca alguém de sua inteira confiança para a sucessão.

A contenda política entre as duas siglas se evidencia a cada novo episódio, como recentemente durante a votação do fim das faixas salariais dos policiais na Assembleia Legislativa. Enquanto o PSB buscava derrotar o projeto da governadora Raquel Lyra (PSDB), o PT se posicionou novamente independente, gerando críticas e descontentamento por parte dos socialistas. O ex-prefeito e deputado estadual João Paulo Lima (PT) defendeu sua posição, argumentando que seu voto foi uma questão de consciência política em prol dos direitos dos policiais e da segurança pública.

E foi além. Cravou que o PSB só pensa na eleição de 2026 para o governo do estado. “Há uma ânsia muito grande do PSB voltar ao governo”, declarou João Paulo numa rádio local, ao destacar que esse debate não deveria ser antecipado, “pois uma governadora foi eleita e temos que garantir essa governabilidade”. E ele ainda deu uma lembrança aos socialistas; “É importante lembrar que o PSB saiu em quarto lugar na última eleição”.

As declarações contundentes do petista ecoaram nos corredores políticos, evidenciando a fragilidade da aliança entre PSB e PT, que muitas vezes parece ser mais uma questão de conveniência do que de afinidade ideológica. O PSB, por sua vez, não tem dúvidas da relação com o PT, lembrando-se de que nunca houve total confiança entre as legendas. Diante desse cenário, João Campos se prepara para apresentar sua narrativa ao PT e negar a vaga de vice na chapa, buscando preservar sua base política e garantir sua posição na próxima disputa eleitoral.

 

 

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