No estado de Pernambuco, a questão da segurança pública tem sido tema de intensos debates e preocupações, especialmente diante do aumento nos índices de violência. Os números divulgados mensalmente pela Secretaria de Defesa Social revelam um cenário alarmante: nos quatro primeiros meses de 2024, os homicídios aumentaram em 7,2% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
O programa “Juntos pela Segurança”, lançado pelo Governo do Estado com o objetivo ambicioso de reduzir em 30% o número de Mortes Violentas Intencionais até 2026, está agora sob escrutínio. A deputada estadual Gleide Ângelo, uma crítica contundente das políticas de segurança implementadas pelo governo de Raquel Lyra, aponta para a falta de efetividade do plano, argumentando que a não valorização dos profissionais da segurança contribui para o aumento da violência.
“Isso só reforça o que já venho dizendo há tempos: o plano Juntos Pela Segurança não tem efetividade nem valorização dos profissionais da segurança. Esse é o resultado: aumento da violência”, diz a deputada.
Os dados apresentados pela SDS também destacam que o interior do estado lidera o ranking de regiões com o maior número de homicídios, seguido pela Região Metropolitana do Recife. A capital, Recife, embora tenha registrado uma diminuição em relação aos meses anteriores, ainda enfrenta desafios significativos em relação à segurança pública.
Um ponto relevante levantado pela deputada Ângelo é a necessidade de reconhecimento e valorização dos policiais, refletida no recente debate sobre as faixas salariais dos Policiais Militares e Bombeiros. Segundo ela, o projeto do executivo estadual aprovado ontem na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) não atende às necessidades reais da categoria, evidenciando uma lacuna na abordagem governamental em relação aos profissionais que estão na linha de frente do combate à criminalidade.
“Não se faz segurança sem valorização dos policiais. Vemos um estado que não reconhece o policial como um trabalhador. As necessidades reais desses pais e mães de família não são contempladas no plano de segurança estadual”, esbravejou, em suas redes sociais, a deputada autora do substitutivo derrotado.