O vereador Alcides Cardoso, líder da oposição na Câmara do Recife, anunciou durante a reunião ordinária desta segunda-feira que vai acionar o Ministério Público de Contas (MPCO) para supervisionar de perto o empréstimo de R$ 580 milhões proposto pela gestão do prefeito João Campos. Este montante, destinado ao pagamento de dívidas antigas, foi aprovado em tempo recorde, em apenas 24 horas, despertando preocupações quanto à sua gestão e consequências para o erário municipal.
O movimento de Cardoso representa uma voz na fiscalização dos recursos públicos, buscando garantir transparência e responsabilidade na administração municipal. Seu ofício ao MPCO não apenas solicita um escrutínio minucioso do empréstimo em questão, mas também demanda esclarecimentos detalhados sobre a aplicação dos fundos. Alega-se que a tramitação acelerada do projeto na Câmara Municipal desconsiderou procedimentos regimentais essenciais, privando os vereadores da oportunidade de uma discussão substantiva.
Ao destacar o contexto eleitoral e o princípio fundamental da prudência financeira, Cardoso denuncia um padrão de irresponsabilidade na gestão das finanças municipais, exemplificado pelo acumulado de pedidos de empréstimos, que agora ultrapassam os R$ 3,3 bilhões durante a gestão de João Campos. Tais ações, argumenta o líder da oposição, sobrecarregam o contribuinte recifense e comprometem o equilíbrio fiscal da cidade.
“Em pleno ano eleitoral e diante do cenário claro do desrespeito da gestão do prefeito João Campos ao princípio básico da educação financeira de não gastar mais do que se ganha, esta Casa acabou dando mais um cheque em branco para o prefeito seguir sendo irresponsável com as contas públicas. É mais de meio bilhão de reais para a gestão João Campos honrar dívidas antigas. O problema das finanças da prefeitura ficou escancarado”, disse Alcides Cardoso.
As preocupações levantadas por Cardoso não são infundadas. Sinais de descontrole financeiro, como atrasos no fornecimento de material escolar e questões críticas no sistema de saúde municipal, adicionam peso à sua argumentação. Além disso, o déficit primário expressivo de R$ 403,8 milhões em 2023, contrastando com as metas estabelecidas, reforça a urgência de uma gestão fiscal mais responsável e transparente. Desde o início de seu mandato em 2021, João Campos tem se deparado com uma série de críticas em relação à sua política de endividamento municipal, exemplificada pelos projetos de lei que solicitam empréstimos vultosos.