As chuvas torrenciais que assolam o Rio Grande do Sul continuam a deixar um rastro de destruição, com o número de mortos confirmados subindo para 83 e outros quatro óbitos ainda sob investigação para confirmar sua relação com os eventos meteorológicos da última semana, conforme dados atualizados pela Defesa Civil estadual. Atualmente, o estado registra 111 pessoas desaparecidas, enquanto mais de 850,4 mil indivíduos enfrentam as consequências dos temporais em 345 municípios afetados. O número de desalojados chega a 21.957, com 19.368 pessoas temporariamente em abrigos e 276 feridos.
A previsão de mais chuvas a partir da metade desta semana em áreas já atingidas por temporais mantém o estado em alerta. Segundo a Climatempo Meteorologia, o avanço de uma nova frente fria pode provocar o aumento das condições de pancadas fortes de chuva, enquanto o possível aumento do frio dificulta os resgates. O nível do Rio Guaíba, em Porto Alegre, atingiu patamares preocupantes, estando quase 2,30 metros acima da cota de inundação. Com medições indicando 5,26 metros às 5h15 desta segunda-feira, o limite para inundação é de 3 metros, aumentando o risco de alagamentos na região.
Os estragos dos temporais afetaram 70% do território do Rio Grande do Sul, com 345 dos 496 municípios registrando algum tipo de prejuízo. A população enfrenta falta de água e dificuldades de locomoção devido a alagamentos e bloqueios de ruas, avenidas e estradas. O fornecimento de energia elétrica também foi gravemente afetado, com 443 mil clientes sem luz nesta segunda-feira, especialmente nos municípios de Eldorado do Sul, Guaíba, Porto Alegre, Alvorada e Viamão, de acordo com as concessionárias responsáveis.
Enquanto o estado lida com os impactos imediatos das chuvas, a preocupação se volta para a prevenção de novos danos e o apoio às comunidades afetadas na reconstrução e recuperação. A solidariedade e a cooperação se tornam fundamentais em meio a essa crise de proporções alarmantes.