Após dois meses da realização do Carnaval do Recife, que reuniu mais de 3,4 milhões de foliões e gerou um impacto econômico estimado em mais de R$ 2,4 bilhões, ainda persistem dúvidas sobre os gastos públicos do evento. A festa, que também foi responsável pela criação de aproximadamente 57 mil postos de trabalho temporários, não teve sua prestação de contas divulgada, o que tem suscitado questionamentos por parte da oposição na capital pernambucana.
O vereador Alcides Cardoso tem sido uma voz ativa nesse questionamento e afirmou que seu mandato continua empenhado em obter detalhes sobre os custos envolvidos na organização do Carnaval. Segundo Cardoso, informações parciais apontam que os cachês de grandes artistas incluíram pagamentos de R$ 700 mil para Ludmila, R$ 700 mil para Gilberto Gil e R$ 600 mil para Thiaguinho. Este último, de acordo com o vereador, foi marcado por excessiva exposição política em favor do atual gestor municipal.
“A falta de clareza nas contas do Carnaval levanta várias questões sobre a gestão dos recursos públicos”, disse o vereador. Ele também ressaltou que os gastos totais com o evento podem superar os R$ 80 milhões, mas a falta de transparência complica a análise completa. A gestão do prefeito João Campos, por sua vez, alega que ainda não é possível divulgar o montante total recebido de patrocínios, pois a empresa responsável pela captação dos recursos ainda não prestou as contas necessárias.
O impasse segue, enquanto o tempo passa desde a realização do evento. A oposição insiste na necessidade de maior transparência na administração dos recursos públicos, especialmente em eventos de grande porte que mobilizam significativos investimentos financeiros e atraem milhões de participantes. O parlamentar promete continuar sua fiscalização, buscando assegurar que todos os recursos utilizados tenham sido adequados e benéficos para a cidade.
