A prisão do empresário Rodrigo Carvalheira por acusações de estupro em Recife tornou-se ainda mais polêmica após declarações controversas feitas pela sua advogada Graciele Queiroz, durante uma coletiva de imprensa na capital pernambucana. A advogada, ainda não inscrita suplementarmente na OAB de Pernambuco, criticou a condução das investigações pela Polícia Civil, o que levou à Associação dos Delegados e Delegadas de Polícia de Pernambuco (ADEPPE) a emitir um comunicado de repúdio às suas alegações.
Segundo a ADEPPE, a advogada não possui prerrogativa para ditar o ritmo ou a direção do inquérito policial, que é uma atividade exclusiva da polícia, regulada pela Lei Federal 14.735 de 2023. A associação também defendeu que a investigação não visa pessoas específicas, independentemente de sua classe social ou do impacto midiático do caso. Os procedimentos adotados foram validados tanto pelo Ministério Público quanto pelo Judiciário, que acataram a fundamentação das delegadas responsáveis pela investigação.
A ADEPPE critica duramente a advogada por supostamente quebrar o sigilo das investigações e acusar os responsáveis pelo inquérito de promoverem um “show midiático”. De acordo com o comunicado da associação, não houve nenhuma coletiva de imprensa realizada pela delegada que preside o inquérito, indicando uma possível interpretação errônea por parte da defesa de Carvalheira.
O confronto entre a advocacia e a polícia levanta questões sobre a transparência e a ética na gestão de casos judiciais de alta repercussão. A ADEPPE planeja acionar a Comissão de Ética da OAB-PE para analisar a conduta de Graciele Queiroz, considerando também possíveis implicações cíveis e penais decorrentes de suas ações.