Capital pernambucana, Recife está entre as piores cidades quando se trata de menor índice de saneamento público do país, segundo estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil, que divulgou o ranking de saneamento básico das 100 cidades brasileiras mais populosas. O estudo aponta que Recife amarga a 76ª colocação no levantamento divulgado no último dia 20. A partir dos dados, é possível identificar que o Recife está estagnado, ocupando quase a mesma posição de 2020, quando ficou no 75º lugar.
O assunto ganhou destaque, com o vereador Alcides Cardoso exibindo a pesquisa em suas redes sociais. Ele afirmou que as gestões do PSB no comando da Prefeitura do Recife “fizeram a cidade parar no tempo” nos últimos quatro anos. Isso, segundo sublinha, por falta de investimento na área de saneamento básico, o que teria deixado a cidade atrás de cinco capitais do Nordeste.
“Do último ano de gestão do ex-prefeito Geraldo Júlio pra cá, o Recife ficou estacionado no que se refere ao saneamento básico. Nesses quatro anos, a nossa cidade ficou sempre entre as 30 piores no ranking do saneamento. Ou seja, nada mudou. Pelo contrário, o atual prefeito seguiu à risca a cartilha do seu amigo-irmão Geraldo Júlio, de não priorizar o investimento em obras para melhorar a cobertura de saneamento do Recife e fazer da Secretaria de Saneamento loteamento político, que incluiu o PT na gestão passada. E o resultado não poderia ser outro: nossa cidade na zona de rebaixamento entre as capitais do Nordeste”, acusou Alcides Cardoso.
Entre as capitais nordestinas, Recife aparece atrás de Salvador (47ª), João Pessoa (48º), Aracaju (54ª), Natal (64ª) e Fortaleza (68ª). A capital pernambucana só fica na frente de Teresina (80ª), São Luís (88ª) e Maceió (89ª) no ranking deste ano. O top 10 do levantamento do Instituto Trata Brasil é dominado por cidades de São Paulo e Paraná. Na liderança, está Maringá, cidade do interior paranaense, e na vice-liderança, São José do Rio Preto, município do interior paulista. Ainda entre as 10 melhores cidades, estão Campinas (SP), Limeira (SP), Uberlândia (MG), Niterói (RJ), São Paulo, Santos (SP), Cascavel (PR) e Ponta Grossa (PR).
O vereador disse que apesar de o prefeito vender a ideia de uma gestão moderna, mantém a política atrasada “de não gastar com o tratamento de esgoto, por se tratar de uma ação que não dá visibilidade. Ele alega que não se surpreende com a notícia, já que João Campos votou contra o Marco do Saneamento. “No recorte desde 2014, o Recife andou para trás, deixando a 66ª posição naquele ano para a 76ª colocação. Em dois anos, esteve entre as 20 piores: 83ª, em 2021, e 81ª, em 2020”, afirmou o líder da oposição.
O ranking tem como base indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) e analisa o nível de atendimento (indicador de atendimento total de água, indicador de atendimento total de esgoto, e indicador de tratamento total de esgoto), melhoria do atendimento e nível de eficiência. O estudo ressalta a relação entre o volume de investimentos e os indicadores de saneamento. Porto Velho, capital de Rondônia, é a pior cidade entre as 100 mais populosas no levantamento deste ano. A cidade tomou a lanterna de Macapá, capital do Amapá, que era a pior na edição de 2023 e neste ano ficou na 99ª posição.