O anúncio recente do governo do estado sobre o aumento no número de vagas no concurso da Polícia Civil, como parte da iniciativa “Juntos pela Segurança”, trouxe à tona um impasse preocupante. Enquanto a proposta da governadora Raquel Lyra é apresentada como uma forma de otimizar a capacidade investigativa da corporação, o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE) expressa forte descontentamento.
Segundo a entidade, que destaca a existência de mais de 6 mil cargos vagos e cerca de 1.400 policiais civis prontos para se aposentar, as 445 vagas oferecidas pelo governo não são suficientes. O Sinpol argumenta que, para verdadeiros avanços, o estado precisa criar 2.700 vagas, programar outro concurso no final do ano e investir na estrutura e valorização da polícia.
“O governo ofertou 445 vagas neste concurso, mas diz que pode dobrar. Vai resolver? Não!”, critica o sindicato. Além disso, aponta a falta de estrutura e os baixos salários como as principais razões para a evasão de policiais civis em Pernambuco. A entidade destaca a necessidade urgente de construir uma verdadeira carreira de estado na Polícia Civil, considerando os recentes anúncios bilionários de investimentos para a segurança pública.
Enquanto persiste esse impasse, a segurança do estado enfrenta sérios desafios. No último final de semana, Pernambuco registrou o período mais violento do ano, com 53 homicídios em apenas 72 horas. Desde o início do ano, o estado já contabiliza 607 homicídios, além de inúmeros casos de violência, roubos e furtos. A insegurança se tornou o sentimento predominante entre os pernambucanos, que observam o crescimento e a articulação do crime organizado que está criando raízes na região.