Acompanhe a evolução do protagonismo feminino no brega pernambucano em nossa Série Especial. Das pioneiras Michele Melo, Palas Pinho e Dany Myler às contemporâneas Priscila Senna e Raphaela Santos, exploraremos a seguir as contribuições, desafios superados e a consolidação das vozes que transformaram o brega em uma expressão autêntica e diversificada.
As vozes femininas ecoam com vigor no cenário musical pernambucano, conquistando corações. Priscila Senna e Raphaela Santos lideram o Top 10+ do Spotify Recife, evidenciando o espaço significativo conquistado no meio historicamente carente de oportunidades para mulheres.
O sucesso incontestável dessas artistas, destacado por hits como “Amigas” (que ocupa o primeiríssimo lugar), “Deixa eu te Superar” e “Meio Termo” (essa última retirada pela equipe do cantor sertanejo Luan Santana da plataforma de Streaming), revela uma nova dimensão para o brega, antes estigmatizado como cafona.
Durante o Carnaval, Priscila e Raphaela brilharam no Marco Zero, subindo ao palco após atrações de renome nacional, como Gilberto Gil e Ludmilla, ressaltando a importância crescente no cenário musical. Antes disso, também estiveram com a dona do funk carioca e internacionalmente conhecida Anitta. A capacidade de transcender fronteiras é evidenciada também pelas redes sociais, onde acumulam 2 milhões de seguidores, cada uma.
“A contribuição das mulheres se dá mais num ponto de se contrapor a um discurso masculino. Lá no início, o movimento acotececia com Reginaldo Rosse e as serestas. Então, as mulheres trazem esse novo olhar, essa nova perspectiva para o brega, com suas poéticas e suas vozes”.
É fundamental reconhecer as pioneiras do brega pernambucano, que pavimentaram esse caminho. “Seria injusto a gente não mencionar as primeiras cantoras que deram origem a gênese do movimento brega: Michele Melo e Palas Pinho”, afirma o professor e pesquisador de Comunicação e Cultura, Thiago Soares.
Em seu livro “A Vida é Perfeita e Ninguém é Assim: A Música Brega em Pernambuco”, Soares contextualiza a ascensão das mulheres no brega desde os anos 2000, apontando que, “inicialmente, surgiam como vocalistas de bandas para depois trilharem carreiras solo, como Michele Melo, que começou na Banda Metade”.
O professor destaca a contribuição feminina como uma forma de contrapor o discurso masculino predominante nos primórdios do gênero. Enfrentando preconceitos iniciais por abordagens poéticas e vocais ousados, Soares diz que as mulheres foram acusadas de sexualizar o brega “com gemidos e sussurros”.
Ao explorar o brega romântico e o brega funk, o professor revela uma mudança progressiva, com as mulheres assumindo o protagonismo vocal no brega funk e uma inclusão mais ampla de vozes trans, LGBTQIA+ e lésbicas, enriquecendo a diversidade musical. Para ele, o desafio atual é fortalecer a representatividade, superando barreiras e consolidando a diversidade.
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6 comentários sobre “O protagonismo das mulheres no brega”
Que matéria l! Parabéns! Muito bom acompanhar essa evolução que é nosso patrimônio
É maravilhoso fazer parte de tudo isso. Viva o Brega!!!