Desde a última semana, as redes sociais foram tomadas por uma onda de preocupação diante das denúncias de exploração sexual de crianças e tráfico de pessoas na Ilha de Marajó, Pará. A música “Evangelho de Fariseus” da cantora gospel Aymée Rocha viralizou, impulsionando buscas no Google pelo local e assunto.
Influenciadores como Virginia Fonseca, Juliette, Rafa Kalimann e Eliezer usaram suas plataformas para compartilhar informações sobre a situação. Porém, o destaque vai para políticos da direita, ressurgindo com uma antiga denúncia da ex-ministra bolsonarista Damares Alves.
Em Pernambuco, a deputada Clarissa Tércio reacendeu a polêmica afirmando: “Damares Alves denunciou toda a rede de prostituição infantil no Marajó. Agora, com a repercussão da Aymêe, novas denúncias surgem”. Ressalta que “crianças com infâncias destruídas passam a ter voz ativa diante dessa realidade horrenda”. Suas postagens, assim como de outros bolsonaristas, são vistas como tentativas de manipulação de um assunto sério.
Em 2020, Damares Alves chocou ao revelar, durante um culto em Goiânia, que crianças eram traficadas e tinham dentes arrancados para evitar resistência na exploração sexual. O MPF no Pará solicitou detalhes, mas Damares baseou as denúncias em relatos de rua, sem apresentar provas concretas.
Uma ação do MPF pede que a União e a ex-ministra sejam condenados ao pagamento de R$ 5 milhões por danos sociais e morais coletivos, a serem revertidos em favor de projetos sociais destinados à região do arquipélago. Contudo, as Fake News sobre o assunto não somente retornaram como ganharam força.