Segunda maior legenda em termos de tempo de rádio e televisão, o Partido dos Trabalhadores reconhece sua importância nas eleições municipais do próximo ano. Por ter uma das maiores bancadas na Câmara dos Deputados, com 69 deputados eleitos em 2022, o partido liderado por Lula se torna uma cobiçada vitrine, sendo estrategicamente utilizada como valiosa moeda de negociação.
Contudo, parece que nem mesmo esse atrativo tem sido capaz de convencer o Partido Socialista Brasileiro (PSB) a ceder espaço ao PT na capital pernambucana. Conceder a posição de vice na chapa do prefeito João Campos é mesmo que colocar no colo dos petistas o que eles tanto anseiam: combustível para que voltem a dominar o estado pernambucano.
A legenda de Lula já governou a capital do estado por três mandatos e já foi a dois 2º turnos eleitorais, lembra o senador Humberto Costa (PT). Diante do impasse, ele sentencia: “quem não quer ter o PT ao seu lado numa disputa?”, reiterando o poder da sigla detentora de mídia para oferecer a aliados. Enquanto persiste a incerteza sobre a aliança no Recife, os petistas intensificam sua posição.
Humberto Costa avisou mais uma aparição de Lula no estado. Em encontro com a imprensa, ontem (20), o senador disse que o presidente Lula chega no próximo mês. Vem garantir a retomada da Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca, no Grande Recife, e da Hemobrás, em Goiana, na Mata Norte. Certamente, estará abraçado em fotos com a governadora Raquel Lyra, como tem acontecido com frequência.
Essa movimentação busca claramente provocar os socialistas, que, por ora, são pressionados a aceitar, mesmo que seja uma concessão que lhes cause desconforto político. Resta saber se o tempo de TV e o apoio de Lula serão suficientes para convencê-los. Nos bastidores, as apostas indicam o contrário: PT e PSB seguirão caminhos distintos em 2024, formando suas próprias chapas. As apostas já foram lançadas.