O presidente Luiz Inácio Lula da Silva presidiu uma reunião no Palácio do Planalto com representantes de Alagoas para discutir a situação do afundamento do solo nos bairros de Maceió, causado pelas falhas na extração de sal-gema pela Braskem. Participaram do encontro Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados; Renan Filho, ministro dos Transportes; Paulo Dantas, governador do estado; João Henrique Caldas, prefeito de Maceió; e o senador Renan Calheiros (MDB-AL).
O foco da reunião foi compreender a extensão do problema e suas implicações para a cidade, incluindo a crise habitacional enfrentada pelos deslocados. Durante o encontro, os políticos alagoanos discordaram sobre como conduzir a desapropriação da área de cinco bairros afetados pela mineração. O presidente Lula pediu um “pacto de governança” para que a situação pudesse ser solucionada.
“Se a gente quer começar a conversar para resolver o problema, não tem como pressuposto ninguém retirar as iniciativas adotadas. Se não, a gente não começa”, afirmou o ministro da Casa Civil, Rui Costa, após a reunião, em entrevista à Jovem Pan. “Cada um fica com as suas ações, do jeito que está, e vamos conversar”, complementou. Uma segunda reunião deve ser realizada com representantes de Alagoas e a Braskem. Contudo, o encontro ainda não foi marcado.
A Caixa Econômica Federal também será envolvida para ajudar na questão. Foi destacada a urgência de realocar a população para áreas mais elevadas da cidade. Maceió enfrenta um déficit habitacional de aproximadamente 40 mil pessoas, ampliado pelo afundamento de solo, processo que teve início em 2018. Desde então, cerca de 60 mil pessoas precisaram ser realocadas.
O Palácio do Planalto também manifestou preocupação em relação à possível instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado para investigar o desastre causado pela extração de sal-gema pela Braskem. O senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, busca evitar a CPI, enquanto o senador Renan Calheiros afirma ter o número mínimo de indicações necessárias para a instalação ainda nesta semana. O governo está empenhado em evitar conflitos entre Renan, um aliado, e Arthur Lira, uma figura política do Centrão, buscando evitar atritos.