Projeto contra feminicídio cruza fronteiras

Duas mulheres estão encabeçando a luta contra a violência que faz 26 vítimas a cada hora no Brasil. O Banco Vermelho começa a se espalhar – Wandson Araújo
Duas mulheres encabeçam a luta contra violência que faz 26 vítimas a cada hora no Brasil. O Banco Vermelho começa a se espalhar – Wandson Araújo

A violência contra a mulher não escolhe sua vítima. É o crime mais democrático e pode estar presente em qualquer lar, seja de pessoa rica ou pobre, também não tem cor ou sexo. Esse crime faz 26 vítimas a cada hora no Brasil. Pelo menos, 30% das brasileiras já sofreram algum tipo de violência doméstica ou familiar provocada por um homem, segundo a última pesquisa nacional do DataSenado.

Em meio à campanha “21 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher”, duas pernambucanas, Andreia Rodrigues e Paula Limongi, estão se destacando ao abraçar a causa de uma maneira única. O movimento, originado na Itália em 2016 e agora presente na capital do estado, é liderado por Andreia, que teve a inspiração para o projeto após a trágica morte de uma amiga.

Andreia compartilha a motivação por trás do projeto Banco Vermelho, uma iniciativa nascida da transformação de seu luto em uma luta ativa. Em vez de se entregar à tristeza no velório, ela escolheu denunciar o criminoso na delegacia. O projeto, cujo tema é “Minha Cidade é o meu lugar de fala”, utiliza um Banco Vermelho para transmitir mensagens reflexivas e incentivar a população a refletir, agir e enfrentar a violência contra a mulher.

O impacto do banco gigante que foi instalado no Marco Zero tem sido notável, provocando reflexões entre os transeuntes. Paula destaca que o projeto, embora envolva muita dor, é, ao mesmo tempo, transformador. A meta das idealizadoras é expandir a visibilidade dessa causa, levando o Banco Vermelho para todo o Brasil. A partir do dia 10, o equipamento será movido para diferentes localidades, incluindo Rua da Aurora, Morro da Conceição, UR-11, Parque da Jaqueira, Sítio da Trindade e Praça da Várzea.

Além de conquistar espaço em Recife, a iniciativa está se espalhando por outras cidades, com planos de instalação em praças, parques públicos e até shoppings centers. Cada banco carrega a mensagem reconfortante de que “você não está sozinha”. Secretarias municipais já demonstraram interesse, e a próxima cidade a receber o equipamento será Olinda. A expectativa é de que a iniciativa ultrapasse fronteiras, alcançando Salvador, Fortaleza e Espírito Santo. Essas mulheres estão determinadas a fazer do Banco Vermelho um símbolo nacional na luta contra o feminicídio.

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