Em um marco histórico para as mulheres na política, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) emitiu um parecer desfavorável a pedido do PSDB e preservou, nesta semana, o mandato da vereadora Perpétua Dantas (PV), de Caruaru. Esta decisão não apenas resguarda o direito individual da vereadora, mas também estabelece um precedente jurídico para aquelas que enfrentam silenciamento, opressão e violência no ambiente político.
Perpétua, que vinha sofrendo perseguição política desde que deixou a base de apoio da então prefeita e hoje governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, comemorou a decisão como uma vitória não só pessoal, mas também coletiva. “Essa vitória é das mulheres que enfrentam perseguição na política”, destacou Perpétua. No entanto, lamentou o fato de que, mesmo no século XXI, a política ainda seja moldada por padrões antiquados, reminiscentes do coronelismo, onde o poder muitas vezes é exercido de maneira autoritária.
A vereadora observou que exercer um mandato na Câmara de Vereadores de Caruaru tem sido um desafio sem precedentes em sua história. “Sou a primeira vereadora da história de Caruaru que precisou ingressar na Justiça Eleitoral para conseguir exercer a vereança de forma livre, plena e democrática, e é o que tenho feito nesses três anos de caminhada.” Perpétua revelou que a perseguição que enfrentou foi motivada por suas discordâncias em relação a projetos de lei do executivo municipal, pela fiscalização e cumprimento de suas funções parlamentares, conforme previsto na Constituição. “Fui eleita democraticamente para isso”, afirmou. Ela descreveu ter sido chamada de traidora e ingrata, sem que aqueles que a atacavam tivessem noção das violências subliminares que sofria, utilizando mecanismos de silenciamento comuns contra quem ousa discordar do status quo.
Por fim, Perpétua ressaltou que a verdade prevaleceu, destacando suas vitórias nos tribunais e o estabelecimento de jurisprudência na mais alta corte do país em uma decisão histórica, ocorrida no dia 21 deste mês. Agradeceu a todos que a apoiaram e expressou seu desejo de que essa luta fortaleça a de todas as mulheres que enfrentam violência política por não se submeterem à tutela ou ao mandonismo local. “Que o medo não nos neutralize, que a coragem e a fé na justiça e na verdade sejam nossas maiores armas”, concluiu, reafirmando que a decisão ratifica toda a sua história na Câmara dos Vereadores desde que assumiu.