A proposta de instituir o Dia Nacional do Brega tem provocado controvérsias e críticas, especialmente em veículos de comunicação renomados como Estadão, Mais Goiás, Correio do Povo, Terra e, surpreendentemente, até no Jornal do Commercio, veículo do próprio estado. A matéria publicada em todos os veículos aborda o assunto de maneira pejorativa, questionando a necessidade de mais um “dia de alguma coisa” e ironizando a possibilidade de celebrar a data no calendário nacional.
O projeto de lei, de autoria do deputado Pedro Campos (PSB-PE), será debatido em uma audiência pública na Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, marcada para amanhã (20). A discussão contará com a participação de diversos artistas e produtores do gênero brega, incluindo nomes como Conde, Dany Myler, Michelle Melo, Anderson Neiff, Betinho Rossi, Alexandre Vinícius e Rodrigo Meli.
Pedro Campos fundamenta sua proposta como uma homenagem a um “fenômeno cultural que ultrapassa as barreiras da música”, realçando sua influência na moda, estilo de vida e nas interações interpessoais. O termo ‘brega’, segundo o deputado, engloba uma atitude desafiadora em relação às convenções estéticas, incentivando a autenticidade e expressão individual. O projeto de lei segue em tramitação e, se aprovado, passará pelo plenário da Câmara e, posteriormente, pelo Senado Federal, sendo necessária a sanção do presidente Lula para sua efetivação.
A discussão em torno do Dia Nacional do Brega deveria se concentrar na valorização desse gênero musical e em sua importância como parte integrante da rica cultura brasileira, conectando diversas regiões do país. No entanto, lamentavelmente percebemos que o tema é abordado de maneira crítica, desconsiderando a relevância do movimento, que, além de suas raízes nordestinas, se destaca também no Pará com sua pegada tecno, conquistando sucesso em todo o território nacional.