O brega está prestes a conquistar seu lugar como uma expressão cultural legítima do Brasil. O projeto de lei apresentado pelo deputado federal Clodoaldo Magalhães não apenas busca formalizar esse reconhecimento, mas também impulsionar a preservação e o fortalecimento dessa valiosa herança artística. Ao promover essa oficialização, o objetivo é criar um ambiente propício para o florescimento criativo e contribuir para a prosperidade econômica do país.
O projeto do parlamentar destaca a importância cultural, mas também seu impacto positivo na dinâmica econômica, reconhecendo os fazedores de cultura como protagonistas não apenas da arte, mas do desenvolvimento socioeconômico. O movimento também se manifesta na moda, na dança característica e nas festividades associadas, mostrando sua diversidade e democracia.
O deputado Clodoaldo explica que o brega movimenta uma ampla cadeia produtiva em Pernambuco e em várias regiões do país, gerando empregos diretos e indiretos. “Esse reconhecimento oficial também destaca o papel essencial do brega como catalisador para o comércio regional”. Ele enfatiza que o gênero ultrapassou barreiras sociais, econômicas e culturais, tornando-se um reflexo autêntico do cotidiano e da luta das periferias. “O brega ultrapassou barreiras, passando a traduzir o cotidiano e a luta da nossa gente. No Recife, Reginaldo Rossi e Augusto César são ícones que conquistaram diversas classes sociais”, lembrou.
Cabe ressaltar que recentemente, no Prêmio Multishow 2023, a nova categoria ‘Brega e Arrocha do Ano’ gerou críticas por não incluir representantes do Recife entre os indicados. O vereador Marco Aurélio Filho, do Recife, defendeu a identidade do movimento brega como resistência cultural, destacando a importância de preservar essa história.
“O Movimento Brega tem a cara e a força do recifense, é resistência. Como vereador e autor da Lei que tornou o Movimento Brega patrimônio cultural do Recife, não podemos permitir que apaguem nossa história. Prêmio Multishow, Respeita nosso Brega!”, esbravejou Marco Aurélio Filho.
O vereador apresentou o Projeto de Lei nº 01/2021, que foi sancionado pelo prefeito, João Campos, estabelecendo o “Movimento Brega” como Patrimônio Cultural e Imaterial do Recife, fazendo surtir efeitos práticos para que essa manifestação cultural e econômica pudesse se perpetuar. A norma entrou em vigor em 2021, sendo a primeira lei da atual legislatura da Câmara Municipal do Recife.
