A crescente polarização entre as militâncias associadas ao petismo e ao bolsonarismo nas redes sociais sugere uma disputa acirrada nas próximas eleições, especialmente em 2026. É notável que essa polarização seja mais proeminente entre a população jovem, ativa nas plataformas online. Diversos grupos políticos dessas vertentes têm se unido para promover seus ideais, alguns optando por abordagens mais depreciativas, com manifestações em temas sensíveis.
A militante bolsonarista Amanda Vettorazzo, ao postar um vídeo provocativo, busca destaque no cenário político. No vídeo, ela convoca “esquerdistas que apoiam o Hamas” a participarem da polêmica promoção “Viaje para a Faixa de Gaza”. A proposta, formulada de maneira pejorativa, propõe um “super pacote de viagem” com passagem só de ida, destinado a encontrar “amigos terroristas”, mediante o uso de roupas temáticas do MST e LGBTQIA+.
Amanda instrui os interessados a gravarem um vídeo com duas coreografias específicas, referindo-se a situações recentes controversas, como o episódio que intitula de “cavalo tarado” e a polêmica dança do Ministério da Saúde. Ela conclui, sugerindo que os participantes ofereçam aulas aos radicais islâmicos sobre a queda do patriarcado e outros temas feministas.
O vídeo já acumula quase 2.300 comentários de apoiadores e opositores, sendo estes últimos os responsáveis por pedir o cancelamento da militante e denunciar seu perfil. A acalorada discussão persiste nos comentários, enquanto Amanda Vetorazzo, coordenadora nacional do MBL, continua a ganhar visibilidade com a produção de conteúdos polêmicos, visando sua possível candidatura a deputada estadual em São Paulo.
Do lado oposto, a militante e criadora de conteúdo Bruna Matos também utiliza vídeos irreverentes para atrair apoio. Seu apelo aos bolsonaristas para compreenderem o que é ser patriota, mencionando figuras que lutaram contra a Ditadura Militar (Carlos Marighella, Honestino Guimarães, Helenira Resende, Chico Mendes), destaca a tentativa de construir uma narrativa alternativa. O último vídeo de Bruna aborda as fake news contra o ministro Flávio Dino, provocando a reflexão sobre quem realmente está combatendo a milícia.
Esse confronto de narrativas e estratégias evidencia um Brasil pós-eleitoral profundamente dividido e polarizado, com desdobramentos incertos à medida que nos aproximamos das eleições.