A menos de 16 horas da eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, a tensão é grande entre os deputados. Isso ocorre porque o pleito promete trazer mudanças na liderança da Assembleia – algo que não vem agradando a todos. O processo foi adiantado em um ano e meio de forma discreta e repentina, com a pauta sendo divulgada apenas no momento da votação, enquanto o presidente da CCLJ, deputado Antônio Moraes (Progressista), estava ausente.
Inconformado com o que aconteceu, Antônio Moraes fez um desabafo. “Num momento como o atual, em que tanto se fala na necessidade do fortalecimento e na valorização do Poder Legislativo, é preciso respeitar o regimento interno da Casa”, disse Moraes. Para ele, “o movimento foi orquestrado pela mesa diretora, mas quem estava no comando da mesa diretora deveria ter respeitado o que determina o regimento”.
O PP e o PL estão fazendo esforços para barrar a eleição de amanhã a todo custo. Ambos os partidos enviaram um ofício ao presidente da Alepe, Álvaro Porto (PSDB), pedindo que a eleição não seja antecipada. O PP chegou a advertir Álvaro, alegando que essa medida fere o preceito básico da lei referente à escolha dos integrantes do comando do parlamento estadual e que Álvaro poderá ter sua reeleição judicializada caso insista.
Os partidos argumentam que uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) que analisa uma situação semelhante em Tocantins tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, o presidente da Alepe afirmou que a votação de amanhã está mantida. Ele destacou que os deputados aprovaram por unanimidade a Emenda Constitucional, de autoria do deputado João de Nadegi (PV), que antecipou a votação e que não há qualquer problema legal.
Nos bastidores, as apostas dão como certa a reeleição do atual presidente para o próximo biênio. No entanto, o cargo de primeiro secretário, ocupado por Gustavo Gouveia (Solidariedade), está sob séria ameaça de mudança, uma vez que a Casa não estaria satisfeita com sua condução. Um grupo de deputados havia sugerido outro nome para enfrentar a eleição, com a possibilidade de Diogo Moraes (PSB) entrar na disputa. No entanto, Diogo recusou a proposta, levando o grupo a considerar o lançamento de outro nome, possivelmente Aglailson Victor (PSB). A situação permanece fluida e incerta, com a eleição iminente.