A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, que permaneceu neutra na última eleição, não esconde a “paixão” que vive com o presidente Lula. Os laços estão cada vez mais fortes e esse “lovezinho” tem custado aos aliados tradicionais, que não escondem mais o incômodo. Além dos elogios frequentes e parcerias já realizadas, Raquel também está contemplando a possibilidade de deixar o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) para entrar no Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), o que poderia aproximá-la ainda mais do presidente.
Recentemente, em cerimônia de lançamento do PAC em Pernambuco, Raquel chamou Lula de ‘embaixador’ do estado. Ela também tem ido a Brasília todos os meses para conversas com ministros em busca de investimentos e recursos para Pernambuco. Desde ontem, está em Brasília em reuniões com a equipe presidencial e hoje participa da assinatura da ordem de serviço da BR-423, uma obra que estava paralisada há décadas.
Nos bastidores, informações sugerem que Raquel está adotando uma postura discreta, mas altamente estratégica a médio prazo. Ela está acumulando capital político, atraindo novos aliados e fortalecendo sua imagem ao associá-la cada vez mais à de Lula.
Enquanto isso, aliados do ex-presidente, como o prefeito João Campos (PSB), estão correndo para se manterem o mais próximos possível a Lula e sua equipe. Sempre que Raquel tem algum compromisso com Lula, João Campos se apressa em encontrar motivos para estar em Brasília. Afinal, estar afastado ou ausente das fotos ao lado do petista não é uma opção aceitável.
O prefeito do Recife também tem compromisso marcado na capital federal no término de suas miniférias de sete dias. Ele deve se encontrar com a bancada federal pernambucana, a exemplo do que fez Raquel em 16 de outubro. Essa movimentação está moldando o cenário político de Pernambuco e pode ter repercussões significativas nas futuras eleições e alianças partidárias do estado.
Há quem sugira, inclusive que mesmo Raquel não vencendo sua indicação para 2024, ela ainda sairia fortalecida do pleito. “Ao lançar diversas candidaturas para a Prefeitura do Recife, enfraquece João e se prepara para 2026”, observa uma fonte em reserva. João Campos desfruta de uma alta aprovação nas pesquisas e é considerado um dos melhores prefeitos do país, mas o período entre 2024 e 2026 é longo, e sua popularidade pode não se manter nesse nível. Muita coisa pode acontecer até lá.
