O Auditório Sérgio Guerra da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) será palco de uma Audiência Pública crucial para discutir o projeto de implantação da Escola de Sargentos do Exército (ESE) em Pernambuco. Este encontro de importância significativa terá início às 10h. O propósito dessa audiência é promover uma análise abrangente dos impactos sociais, econômicos e ambientais associados à intervenção, a qual está sob a responsabilidade do Exército Brasileiro.
A proposta prevê a instalação da unidade na mata do Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcanti, situada dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) Aldeia-Beberibe, em Abreu e Lima, Região Metropolitana do Recife. Ambientalistas envolvidos na discussão manifestam séria preocupação com a construção da escola na Mata do CIMNC, uma vez que isso resultaria na derrubada de mais de 300 mil árvores, acarretando em danos consideráveis ao ecossistema.
O coordenador-geral da Frente Parlamentar, estabelecida para acompanhar o empreendimento do Exército em Pernambuco, deputado Ricardo Antunes (PL) anunciou a audiência pública. Ele enfatiza que este evento representa uma oportunidade para que a população conheça em detalhes o projeto em questão. “A proposta prevê, inicialmente, investimentos de R$ 1,8 bilhão na construção de uma escola para 2 mil alunos, impactando indiretamente outros tantos que circulam e moram naquela região”, pontuou.
Antunes ressalta a importância de um debate amplo e respeitoso que leve em consideração todos os aspectos socioeconômicos e ambientais relacionados a essa iniciativa, enquanto alerta para o risco de perder o empreendimento caso o estado não tome medidas ativas. A codeputada Carol Virgolino e o vereador Ivan Moraes (Psol) reforçam seus posicionamentos sobre o assunto e deixam claro: “não somos contra a construção, mas ela pode acontecer em outro lugar”.
A escola prevê 2 mil alunos, impactando indiretamente outros tantos que circulam e moram naquela região. A estimativa é de que 28 mil empregos sejam criados por meio do equipamento, que é a maior escola militar da América Latina. Mas, o projeto que deve ser construído na Área de Proteção Ambiental (APA) é também uma das obras de maior impacto ambiental para Pernambuco. Segundo informações divulgadas pela imprensa, o investimento prevê o desmatamento de 180 hectares de mata atlântica regenerada.