A representatividade feminina no governo de Lula tem sido uma questão cada vez mais debatida, à medida que vemos a perda de posições de destaque para mulheres em cargos de alto escalão desde o início de seu mandato. O primeiro revés no que diz respeito à presença feminina no governo Lula ocorreu em julho, quando a então ministra do Turismo, Daniela Carneiro, foi demitida e substituída por Celso Sabino, um aliado próximo do presidente da Câmara, Arthur Lira.
Em setembro, essa tendência se acentuou com a saída da ministra do Esporte, Ana Moser, e sua substituição pelo deputado federal André Fufuca, também apadrinhado por Lira. A recente dispensa de Rita Serrano da chefia da Caixa Econômica, com sua substituição por Antônio Vieira, apenas acentuou a preocupante diminuição da representatividade feminina no alto escalão do governo.
Essas mudanças são interpretadas como parte de uma estratégia para fortalecer a base de apoio de Lula no Congresso Nacional, principalmente na Câmara dos Deputados, onde ele precisa angariar apoio para aprovar projetos cruciais, como o orçamento do próximo ano. No entanto, esse movimento tem suscitado críticas da oposição, que acusa Lula de se distanciar de suas promessas de campanha de promover a igualdade de gênero e priorizar acordos políticos em detrimento da representatividade feminina em seu governo.
Inicialmente, o governo Lula contava com 11 ministras em comparação com 26 ministros, um recorde que era motivo de orgulho para a gestão e que superava as administrações anteriores. Além disso, havia duas mulheres, Rita Serrano e Tarciana Medeiros, em posições de destaque na administração da Caixa e do Banco do Brasil, respectivamente.
No entanto, as recentes mudanças estão minando a imagem de um governo que valoriza a diversidade e a inclusão de minorias, substituindo-a por uma impressão de que os cargos estão sendo usados como moeda de troca para acomodar partidos políticos aliados. Isso levanta sérias preocupações sobre o compromisso do governo Lula com a promoção da igualdade de gênero e a representação das mulheres em posições de liderança, e como essas ações podem afetar a percepção pública do governo em relação a essa questão fundamental.