A demissão da presidente da Caixa, Rita Serrano, gerou um desconforto notável no Palácio do Planalto. Nesta quarta-feira (25), ela recebeu um aviso de Lula, que a substituiu por Carlos Vieira, um aliado próximo do presidente da Câmara, Arthur Lira. Essa mudança estratégica ocorreu na véspera da data marcada para o Congresso Nacional analisar os vetos de Lula ao texto do arcabouço fiscal e a outros projetos cruciais.
Neste momento, Lula inicia as negociações para a vice-presidência do banco e já tem uma agenda marcada com Lira para a próxima semana. O centrão deixou claro que não está satisfeito e deseja ter controle total sobre a instituição, incluindo a liberdade de nomear seus indicados para todos os cargos de direção. Ou seja, quer “porteira fechada”.
O governo tem resistido a essas demandas, especialmente quando se trata da área de Habitação, responsável pelo programa Minha Casa Minha Vida, uma das principais bandeiras eleitorais do executivo. A atual vice-presidente de Habitação da Caixa é Inês da Silva Magalhães, que é muito próxima à cúpula petista e é de total confiança de Lula.
Para fortalecer sua base aliada no Congresso e garantir o apoio necessário, Lula adotou uma série de medidas políticas nos últimos meses. Em setembro, realizou a troca de ministros em seu governo, buscando angariar o apoio de partidos do centrão. Nesse contexto, a então ministra do Esporte, Ana Moser, foi demitida para dar lugar a André Fufuca, do PP do Maranhão. Além disso, Márcio França (PSB) foi substituído por Silvio Costa Filho (Republicanos), demonstrando sua busca por apoio político sólido.